A Saúde de Campos dos Goytacazes, maior cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, foi novamente tema de embate na Câmara Municipal durante a sessão dessa terça-feira (21). Enquanto a oposição cobrava a falta de insumos básicos nos hospitais, a base do governo do prefeito Wladimir Garotinho (PP) destacou que falta de repasse por parte do Governo do Estado teria ocasionado a crise na Saúde.
O vereador Maicon Cruz (PSD) foi o primeiro a abordar o tema. Segundo o parlamentar, ele recebe frequentes denúncias sobre a escassez de materiais tanto no Hospital Ferreira Machado (HFM) quanto no Hospital Geral de Guarus (HGG), as duas principais unidades públicas da cidade.
“Eu não vou subir à tribuna para ficar fazendo um jogo político, cobrando do Estado o que eu não tenho legitimidade para cobrar. O que eu cobro está diretamente ligado à nossa atividade parlamentar. (...) Queremos respostas para os familiares que ficam sentados na unidade esperando e correndo risco de perder um membro. Antes de trazer as demandas para a Câmara, eu liguei para o secretário de Saúde, fui à Secretaria de Saúde. Primeiro procuro saber da informação e só falo aqui quando não tenho resposta. Está faltando o básico na Saúde de Campos... faltando papel higiênico, água potável. As farmácias dos hospitais estão falidas, sem medicamentos, e os médicos estão tendo que substituí-los. O Ferreira Machado está sem soro fisiológico, sem insumos para fazer curativos”, cobrou Maicon.
Por outro lado, a base destacou que a cobrança deve ser direcionada ao Governo Estadual, citando a falta de repasses como a causa do problema. “O município passou por dificuldades no período em que o Estado deixou de passar o cofinanciamento. Não é querer jogar a culpa para ninguém. A prefeitura assume as responsabilidades. Mas precisa ficar claro para todos que quando se deixa de repassar por 19 meses uma verba que é direito do município, a situação 'embola'... É uma engrenagem, ela precisa girar. Campos tem quase 600 mil habitantes, mas no cadastro do Sistema Único de Saúde (SUS) tem 800 mil pessoas que usam o nosso sistema”, afirmou Juninho Virgílio (Podemos), líder da base governista no Parlamento campista.
Enquanto os parlamentares discutem e procuram culpados, a população que precisa da Saúde pública sofre. Medidas e soluções precisam ser tomadas, seja pelo Governo do Estado ou pela Prefeitura de Campos. É recorrente o número de denúncias da população quanto ao atendimento nas unidades hospitalares da cidade.
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