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FEPE cancelada: O furo no chão que revela o abismo entre a prefeitura e o comércio de Campos


  • Opinião NF
  • 04 de Outubro de 2025 | 14h50
 Foto: NF Notícias
Foto: NF Notícias

É com indignação e um profundo sentimento de frustração que assistimos ao cancelamento da 33ª Edição da FEPE (Feira de Preços Especiais), que estava planejada para acontecer na Praça São Salvador, no centro de Campos dos Goytacazes. O que seria de suma importância para o fomento à economia local, uma iniciativa da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) para reavivar o sofrido comércio central, transformou-se em um embate burocrático de consequências nefastas para o empresariado e a população.

O motivo do veto por parte da Prefeitura Municipal — a perfuração do piso da praça pela empresa contratada para a montagem da estrutura — é um exagero inaceitável diante do cenário. A CDL, através de seu presidente Fábio Paes, prontamente se colocou à disposição para assinar um Termo de Responsabilidade e arcar com a recuperação total do dano. A recusa do município em aceitar a reparação e a subsequente suspensão do evento mostram uma falta de sensibilidade, diálogo e maturidade política que prejudica diretamente a classe empresarial.

A quem serve essa queda de braço? Certamente não aos comerciantes que investiram em mercadorias e se preparam para o evento. Não à população que perde uma opção de lazer e consumo. E não ao centro da cidade, que há anos sofre com o esvaziamento, reflexo de políticas públicas omissas ou, pior, inimigas do progresso. É fato que o centro tem sido negligenciado, com projetos de revitalização inacabados e problemáticos (como a remoção de vagas de estacionamento) e um transporte público deficiente, afastando o público consumidor.

O que se esperava da Prefeitura era o apoio incondicional a um evento que traria circulação e movimento financeiro, em vez de uma briga de vaidades que se assemelha mais a uma questão pessoal do que a um interesse público. Proibir uma feira pelo "furo na pedra" é desproporcional. A recuperação é um custo insignificante se comparado ao valor que circularia na feira e ao prejuízo imposto aos lojistas.

A CDL, por sua vez, pode estar colhendo os frutos de uma percepção de excessiva politização nos últimos anos. No entanto, é o empresário campista que está pagando a conta dessa postura. É hora para a entidade reavaliar seu posicionamento e manter o foco inabalável na luta por um comércio forte e próspero.

O episódio lamentável apenas reforça uma visão de que o poder público de Campos é um obstáculo para o desenvolvimento econômico, preferindo o impasse à solução, a burocracia intransigente ao incentivo. O prejuízo material e moral recai sobre quem tenta, de forma legítima, movimentar a economia local. É imperativo que o diálogo e o bom senso prevaleçam sobre o autoritarismo e a birra política.

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