Três erros de gestão financeira que devem ser evitados por recém-formados

Aumentar os gastos assim que começa a trabalhar – essa é clássica, especialmente na carreira da medicina. Muitos começam a dar plantões e a "ver o dinheiro entrar com maior frequência" e, com isso, geralmente gastam mais do que deveriam, se comprometendo com parcelas mensais altas. Alguns até se comprometem fazendo empréstimos para comprar os mais variados itens.

Com isso o novo doutor (a) passa a levar uma vida de alto padrão e torna-se dependente dela. No entanto se esquece que, embora esteja ganhando bem, também estará acumulando boletos e parcelas de empréstimos.

Por isso, é melhor aumentar os gastos de forma gradual e evitar se comprometer com financiamentos longos no início da carreira. Em vez disso, a recomendação é poupar o valor recebido para poder gastar depois e, muitas vezes, obter descontos com prazos menores ou pagamentos à vista.

Investir mal o dinheiro - A grande maioria dos profissionais têm uma vida muito corrida, sendo difícil, por exemplo, sobrar tempo para entender o mercado financeiro e estudar as finanças. Com isso, vários fazem más escolhas de investimento, como comprar um carro novo pensando tratar-se de um investimento, comprometer mais de 30% de sua renda comprando imóveis ou deixar toda sua reserva na poupança.

Convém mencionar que a poupança oferecida pelos bancos geralmente resulta em menores retornos do que uma carteira de investimentos diversificada e planejada adequadamente.

Com relação aos automóveis novos, eles perdem boa parte do seu valor assim que saem da concessionária. Assim, se você decidir mesmo, pela compra de um carro zero, é bom saber que não se trata de um investimento, mas sim de um gasto. Portanto, melhor deixar para fazer essa aquisição quando já estiver estabelecido profissionalmente.

Pensar que o futuro está garantido – voltando ao exemplo da medicina, muitos acreditam que rapidamente ficarão ricos e financeiramente estáveis. Com isso em mente, médicos não costumam fazer um planejamento a longo prazo, como se a fonte de dinheiro fosse inesgotável.

Ocorre que assim como em diversas profissões, a formação de novos médicos aumentou exponencialmente nos últimos anos e, com isso, também se elevou a competição pelos postos de trabalho mais concorridos.

Para evitar se frustrar, o ideal é fazer um planejamento financeiro eficiente para o longo prazo. No caso específico da medicina, não se acomodar com as boas remunerações dos plantões e investir na formação depois da formatura, fazendo Residência, Pós-graduações e manter uma educação continuada vale para qualquer profissão. O resultado é o aproveitamento das melhores oportunidades.

Ainda que se esteja no início de sua jornada profissional, é fundamental pensar na carreira a longo prazo. Por isso, separei algumas dicas nesse sentido:

‍Previsibilidade: realizar projeções que permitam prever situações financeiras a curto, médio e longo prazo e os custos necessários para elas é a base de um bom planejamento financeiro;

Eficiência: planejando as suas finanças, você reduzirá custos e riscos, ao mesmo tempo em que consegue potencializar os resultados esperados. Ou seja, suas decisões se tornarão mais eficientes e, com isso, o retorno financeiro obtido tenderá a ser melhor;

Controle: com um bom planejamento fica mais simples administrar suas finanças, já que você poderá contar com indicadores que avaliam se os objetivos traçados estão sendo alcançados ou se é necessário fazer ajustes no seu plano;

Proteção para o futuro: desde o início do planejamento financeiro, é preciso fazer uma reserva de emergência para momentos em que você não puder trabalhar. Felizmente, há instrumentos que para a proteção do seu patrimônio, como os seguros. Com isso, é possível evitar que quaisquer imprevistos prejudiquem suas metas;

Flexibilidade: se você conseguir alcançar maior previsibilidade e segurança financeira, será proporcionalmente mais fácil rever ou mesmo mudar o que você planejou para a sua carreira. Acredite! Um planejamento financeiro eficaz será seu aliado nesta mudança.

Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.