Às armas!

O que é o poder senão a capacidade de fazer que os outros façam aquilo que se quer?

Joseph Nye, em O Futuro do Poder, divide o poder em hard power e soft power, subdividindo o poder duro (hard power) em dois tipos: militar e econômico.

As sanções econômicas como as aplicadas à Rússia, Venezuela etc, são evidentes a nós como uma forma mais “humanizada de guerra”, uma arma para conduzir a ação de outros conforme a vontade daquele que aplica a sanção. Mas, não nos é tão evidente embora tenham o mesmo modus operandi as ações do FMI, da ONU, da União Europeia quando ofertam incentivos financeiros e ameaçam com punições os países para que adotem políticas que julgam interessantes, o eternamente negociado acordo EU- Mercosul por exemplo.

As taxas de Trump ao mundo são uma forma de exercício do poder dos Estados Unidos em busca de fazer valer seus interesses. A todos isso é evidente e conhecido. Afinal, está em todos os canais de notícias. Mas, desçamos para algo cada vez mais próximo de nós e vejamos como essa forma de exercício do poder está mais presente em nossa vida que se supunha.

Impostos e benefícios fiscais modelam o comportamento do nosso povo, desincentivando algumas ações e promovendo outras. A busca por empregos sem carteira assinada, o grande número de ONGs, sindicatos, partidos políticos e igrejas obedece a essa mesma lógica.

O uso de verbas públicas, renegociações de dívidas e “investimentos governamentais” para obter apoio político ou silenciar concorrentes é muito claro como no caso da renegociação das dívidas dos Estados com o governo federal ou, ainda mais perto, na disputa entre governo do Rio de Janeiro e Prefeitura de Campos no caso envolvendo a saúde. Mais um exemplo do exercício do poder duro pela arma econômica.

Até mesmo em escala bem reduzida aquele chocolate em troca de um comportamento do seu filho.

O exercício do poder não é algo distante, restrito aos gabinetes. É antes algo comem aos relacionamentos humanos e compreendê-lo nos leva a tomar decisões melhores em todos os nossos campos de relacionamento.

Você consegue enxergar essa ação no seu dia a dia?

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