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Setor empresarial de Campos reage a fuga da responsabilidade do poder público


  • Opinião NF
  • 23 de Maio de 2025 | 15h00
 Foto: NF Notícias/ Leitor
Foto: NF Notícias/ Leitor

A recente polêmica envolvendo o prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, e os moradores do distrito de Campo Novo, ganha um novo capítulo e acende um sinal de alerta sobre a forma como a gestão pública se relaciona com as demandas da população. O que deveria ser um diálogo construtivo transformou-se em um episódio lamentável de desqualificação e transferência de responsabilidade, culminando em uma reação das principais entidades de classe empresarial do município.

A essência do problema é simples: a principal rua de Campo Novo está em condições precárias, com buracos no asfalto e lama em dias de chuva. No início da semana, moradores se reuniram e realizaram uma manifestação, buscando chamar atenção das autoridades para os problemas. Em resposta a uma postagem nas Redes Sociais, o prefeito, ao invés de assumir a responsabilidade e apresentar soluções para os problemas, optou por transferir a responsabilidade, em um tom inadequado e desrespeitoso, tentando desviar o foco da sua obrigação constitucional ao culpar uma empresa privada, o Grupo Barcelos, pelas más condições da via.

Essa atitude trouxe uma imediata reação da população local e das entidades de classe empresarial.  É importante lembrar que a infraestrutura urbana é dever do poder público. Garantir mobilidade, segurança e qualidade de vida aos cidadãos é atribuição do governante de uma cidade. Minimizar as críticas e, pior, transferir a responsabilidade para a iniciativa privada, que gera mais de 500 empregos diretos apenas na localidade e que paga cifras milionárias de impostos, é uma aberração.

A tentativa de jogar o problema para uma empresa local, como o Grupo Barcelos, demonstra um desconhecimento preocupante do papel do setor produtivo na cidade. Empresas são parceiras no desenvolvimento, geram empregos, renda e, consequentemente, arrecadam os tributos que sustentam os serviços públicos. Atacar ou responsabilizar quem investe e movimenta a economia local é enfraquecer o ambiente de negócios e desrespeitar aqueles que contribuem ativamente para o progresso do município. A nota das entidades de classe – ACIC, CDL, AEC, ASFLUCAN, ASSIERJ, SICCC, SINAERJ, Sindicato Rural e Sindivarejo – é um testemunho claro da indignação de quem entende a dinâmica econômica e a importância do diálogo entre poder público e setor privado.

É preciso ouvir a população e zelar pela cidade. Ao desqualificar as demandas e tentar eximir-se de suas responsabilidades, o prefeito Wladimir Garotinho não apenas falha em sua função, mas também compromete a confiança entre a administração municipal, a sociedade e o setor produtivo.

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