Depois de meses em que a guerra comercial guiou o comportamento dos mercados, a questão fiscal volta a assumir protagonismo.
A Moody’s rebaixou a nota de crédito nos EUA, mencionando a trajetória da dívida pública norte-americana e sua política fiscal.
Tudo bem que desde a crise de 2008, a credibilidade das agências de rating não é a mesma. Ali ficou claro como as notas de crédito eram dadas.
Os problemas de agência permeiam a essência da relação. Se eu contrato e pago você para me dar uma nota, qual a probabilidade de receber uma avaliação criteriosa, rigorosa e honesta?
Não só analistas de mercado debatem a dificuldade fiscal norte-americana há anos, como as outras grandes agências de classificação de risco (a S&P em 2011 e Fitch em 2023) já tinham rebaixado a nota soberana dos EUA. A Moody’s estava defasada em relação às demais e apenas convergiu agora.
No entanto, há um mérito na movimentação da Moody’s: ela nos lembra que, a despeito da maior disposição a risco dos últimos dias, existem problemas mais estruturais não resolvidos. Mesmo que a guerra comercial tenha abrandado, a incerteza envolvendo as políticas de Donald Trump ainda são enormes.
Neste sentido, observo uma pequena reversão de uma tendência secular e de trilhões de compras em excesso da moeda norte-americana.
Não à toa, o otimismo em prol de mercados emergentes, com sua histórica correlação negativa com o dólar, é crescente.
Na semana passada, o Bank of America Merrill Lynch escreveu que nenhuma outra classe de ativos superaria os emergentes agora. Nesta semana, o upgrade do JP Morgan para vários destes mercados.
A América Latina, e o Brasil em particular, aparece como uma das favoritas nesse ambiente.
Lembro que por aqui, a questão fiscal também possui importância. Já está claro a esta altura, até mesmo para o próprio governo, que se nada mudar, temos contratada uma crise fiscal em 2027. Pelas regras do arcabouço fiscal, como as despesas obrigatórias crescem muito rápido e há uma trava para a despesa total, isso obriga os gastos discricionários a irem para o negativo, o que claro, é uma impossibilidade aritmética.
Ou ajustamos as contas públicas até lá, ou veremos paralisação dos serviços públicos essenciais e o investimento público vindo abaixo dos mínimos constitucionais.
Esse, inclusive, é um argumento dos pessimistas sobre o mercado acionário local.
Penso o contrário.
Claramente existem dois caminhos em 2026, independentemente de quem for eleito. Se fizermos o ajuste fiscal, então será o cenário bom. E esse prescinde de explicações. Quem ganha... ganha. Um cenário em prol da compra de ações.
E se não fizermos o ajuste nos gastos, o Brasil quebra. A inflação fará o ajuste, forçadamente. Num ambiente altamente inflacionário, seria preferível ter ações (ativos reais) do que renda fixa. Só olhar o que aconteceu na Turquia, cuja desvalorização expressiva da moeda, com inflação muito alta, trouxe uma performance superior das ações frente à renda fixa local.
O ajuste virá por bem ou por mal. Em nenhum deles, a ideia do paraíso do CDI será uma promessa de vida eterna. Não invista sozinho!
* Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
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