Nada melhor para a estreia de uma coluna com o título de “Pauta Livre” e falar sobre liberdade. Assunto melindroso e mal compreendido, a Liberdade, nossa protagonista, sempre anda, ou deveria ao menos andar, acompanhada de sua irmã mais velha a Responsabilidade. Quando só, se perde, cai na farra, parte ao desrespeito e acaba apelidada pejorativamente de libertinagem.
Entretanto, quando acompanhada de sua irmã, a Responsabilidade, a Liberdade se torna mais reflexiva, pondera suas escolhas, pensa sobre as consequências de suas atitudes e aí, digna e honrada, recebe até homenagens grandiosas que são negadas a sua irmã. Todos conhecemos a famosa Estátua da Liberdade, nenhum de nós ouviu falar sobre uma semelhante da Responsabilidade.
É assim mesmo, a Liberdade é sedutora e envolvente, inspiradora e trouxe grandes frutos à humanidade. Todos gostaríamos de viver nas modernas democracias liberais mas, não nos esqueçamos, na construção das grandes e prósperas democracias liberais a responsabilidade estava lá, discreta como sempre, despida de vaidades mas sempre consciente de seu valor.
Nem sempre fomos livres, nem todos nós o somos agora quando escrevo, nesse momento há pessoas com medo de serem punidas por suas opiniões, há pessoas que se acreditando livres, são escravas de uma ideologia, de utopias que prometem um paraíso fictício, mas que para ser construído precisaria destruir o que temos. Há pessoas subjugadas por traficantes e milicianos, por coronéis da política e por ilusões criadas em meio a verdades parciais que nada mais são que mentiras inteiras.
Nessa semana, que trouxe no mesmo dia as comemorações das aparições de Nossa Senhora aos “pastorinhos” em Fátima e a abolição da escravatura com a assinatura da Lei Áurea, reflitamos sobre o que é ser verdadeiramente livres e valorizemos a liberdade sem esquecer da responsabilidade com que deve andar de mãos dadas.
“O preço da liberdade é a eterna vigilância.”
John Philpot Curran
1 Comentário
Comentar