Brasileiros que investem — e que não investem — consideram o retorno das aplicações financeiras baixo e classificam isso como uma desvantagem nos investimentos.
É isto que mostra a 8ª edição do Raio-X do Investidor, pesquisa feita pela Anbima em parceria com o Datafolha, divulgada esta semana. O levantamento entrevistou 5.846 pessoas, em novembro de 2024, para entender o comportamento da população com seu próprio dinheiro.
Para isso, a Anbima classificou os brasileiros em quatro perfis: os que não investem (sem reservas), os que poupam, mas não aplicam (economiza e não investe), os que só aplicam na caderneta de poupança (caderneta) e os que aplicam e diversificam (diversifica).
Pelo menos 59 milhões de brasileiros tinham algum investimento no ano passado, um total equivalente a 37% da população — 32 milhões dessas pessoas só investiam na caderneta de poupança, enquanto outras 27 milhões tinham aplicações diversificadas em mais de um produto financeiro.
Perfis da população brasileira:
52% é do perfil sem reserva;
12% economiza, mas não investe;
20% é só na caderneta; e
17% diversifica
A pesquisa mostra que são justamente os investidores que só aplicam na caderneta de poupança os que classificam o retorno das aplicações como baixo (27%), seguido pelos investidores que diversificam (24%).
Até mesmo quem não investe tem essa visão dos investimentos brasileiros: 16% dos sem reserva e 12% dos que economizam, mas não aplicam.
O baixo retorno é apontado como a principal desvantagem em se investir, enquanto o risco de perder o valor aplicado e a demora em obter bons resultados aparecem na sequência, com menos de 10% de adesão pelos respondentes de todos os perfis.
Fonte: Anbima e Datafolha.
Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, falou em coletiva de imprensa que considera a afirmação contraditória, principalmente para o Perfil Diversifica.
“Acredito que o brasileiro tem uma percepção de que um dígito de retorno é muito pouco. Que acima de dois dígitos é um retorno bom. Isso vem de uma memória de juros altos no país por muito tempo. Juros em um dígito duram pouco tempo”, diz Bili.
Para a população que só investe na Poupança, que é a que se mostrou mais insatisfeita com o retorno, embora a taxa Selic tenha se mantido ao longo de 2024 acima dos dois dígitos, o rendimento da aplicação no ano somou apenas 7,09% — enquanto o CDI, taxa de juros que acompanha a taxa básica e baliza os retornos das demais aplicações de renda fixa, fechou em 10,88%.
Hoje, a Selic encontra-se em 14,25%, o que poderia ser considerado uma estimativa de retorno para a renda fixa em um prazo de 12 meses, caso a taxa básica se mantivesse nesse valor por todo o período.
Acontece que as aplicações financeiras trabalham com diferentes formas de rentabilidade. Algumas oscilam diariamente, outras fazem correções mensais, outras trabalham com retornos de longo prazo.
O retorno do CDI hoje, olhando 12 meses para trás, é de 11,28%. Considerando apenas o retorno em 2025, é de 3,92%.
Para Bili, há também uma questão de pouca informação ou baixa familiaridade com os produtos financeiros, que pode levar a uma quebra de expectativa com o investimento.
A análise da insatisfação do perfil diversifica é mais difícil, pois não há um recorte que mostre quais são os principais investimentos desta parcela dos investidores brasileiros.
Bili afirma que este foi o primeiro ano da metodologia usando perfis e que deve aprofundar esse tópico nas próximas edições.
Considerando os 37% da população brasileira que investem, depois da poupança, os principais ativos aplicados são: títulos privados (17%), fundos de investimento (15%), moedas digitais (11%) e ações (8%).
Fonte: Anbima e Datafolha.
Não é possível verificar o retorno dessas aplicações, pois cada ativo pode ter uma performance diferente. No caso de fundos de investimento, os fundos de crédito privado tiveram um ótimo desempenho em 2024, enquanto os fundos multimercados tiveram um ano ruim.
O que o superintendente da Anbima destaca é que o perfil diversifica é composto predominantemente por uma população mais jovem, de Millennials e Geração Z, com mais apetite para risco.
E você? Pertence a qual perfil?
Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
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