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A ótica dos dividendos


  • Olhar Econômico
  • 13 de Novembro de 2024 | 08h17
 Foto: reprodução/Blog Para Investir
Foto: reprodução/Blog Para Investir

A sequência de quedas do Ibovespa está desanimando você? Eu não só te entendo, como sei que existem muitos investidores que estão na mesma situação. 

Mas hoje eu vou mostrar uma maneira diferente de encarar a queda de ações, especialmente se elas forem de empresas pagadoras de dividendos.

Toda vez que a Bolsa cai, sempre aparece alguém para dizer: “na baixa é para comprar ações, e não para vender”. 

É claro que essa afirmação tem fundamento, e alguns dos maiores investidores de todos os tempos construíram as suas fortunas com base apenas nessa regrinha básica. 

O problema é que para a maioria dos investidores comuns essa regra não funciona, porque a emoção domina a razão.

Quando temos dias de fúria no mercado, o primeiro pensamento para a maior parte dos investidores não é o de que as ações ficaram baratas, mas sim que elas podem cair ainda mais, e o resultado você já sabe: eles saem correndo para vender os papéis.

Uma maneira de tentar evitar esse comportamento é olhar para as quedas sob a ótica dos dividendos. 

Suponha que uma companhia esteja planejando pagar R$ 8 de dividendos por ação, e sua ação esteja cotada por R$ 100 – ou seja, o dividend yield neste caso é 8% (R$ 8 ÷ R$ 100 = 8%). 

Mas de repente começa a surgir uma notícia ruim atrás da outra, e a tal da ação cai para R$ 80, mesmo que nenhuma dessas notícias seja verdadeiramente impactante para os resultados da companhia. 

O investidor que olha só a cotação da ação pode até ficar um pouco preocupado, mas aquele que olha para os dividendos vê a situação de uma forma totalmente diferente. Ele não olha para o preço, que caiu de R$ 100 para R$ 80. Na verdade, ele foca no dividend yield, que subiu de 8% para 10%.

Mas vamos deixar de suposições para analisar um caso real, que está acontecendo agora na bolsa.

Não é novidade para ninguém que a Vivo é uma ótima pagadora de dividendos. E se não bastasse pagar bons proventos, a companhia anunciou uma redução de capital na última semana, que deve resultar em um pagamento extra de R$ 1,2 por ação para os acionistas até o meio do ano que vem.

Mesmo assim, e mesmo dentro de um setor muito pouco cíclico, as ações da Vivo acabaram caindo nas últimas semanas, atrapalhadas pela piora do humor. 

Mas é aquilo que comentei: enquanto os desesperados focam no preço de VIVT3, que chegou a cair de R$ 56 para R$ 52, há quem prefira olhar pelo ângulo dos dividendos. A diferença fica bastante clara no gráfico abaixo: 

Com as ações em queda (linha preta), o rendimento via dividendos aumentou (linha verde). Para falar a verdade, essa é a grande beleza de se investir em empresas pagadoras de proventos, porque os dividendos acabam funcionando como uma espécie de “lastro” para as ações. 

Mesmo que o humor piore muito, é difícil imaginar que essas ações caiam na mesma intensidade, porque sempre existirá alguém atento para capturar esses yields crescentes. 

E se você ainda tiver um pouco de sorte, além dos yields elevados ainda vai conseguir um belo ganho de capital quando o humor melhorar e as ações voltarem a subir. 

Além da Vivo, a carteira conta com outras ótimas pagadoras de dividendos, que você pode conferir gratuitamente aqui.

Importante: não se trata de recomendação de compra, apenas informe e divulgação do produto financeiro“Carteira de Dividendos” trabalhada pelo grupo BTG Pactual.

Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.

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