Você já parou para pensar em como uma simples notícia pode balançar o mercado e nossas emoções? Hoje abordarei sobre um fenômeno bem comum, mas que pode ser traiçoeiro: a ilusão da Notícia.
A Ilusão da Notícia é quando nos deixamos levar por uma informação recente, dando a ela um peso maior do que deveria ter. Isso acontece porque, muitas vezes, a notícia chega até nós de forma fragmentada, sensacionalista ou até mesmo distorcida. E, na emoção, tomamos decisões precipitadas.
Vamos para 2016, por exemplo. O mundo foi pego de surpresa com o Brexit e o mercado reagiu com quedas significativas. Muitos investidores, no susto, venderam suas ações, temendo um cenário catastrófico.
Mas, quem conseguiu manter a serenidade e analisar a situação com mais profundidade além da notícia percebeu que aquela turbulência poderia ser uma oportunidade.
E, claro, não podemos esquecer de 2008. A crise financeira global fez muita gente entrar em pânico. Porém, os investidores que mantiveram a calma, buscaram entender o cenário e não se deixaram levar apenas pela onda de pessimismo, conseguiram se recuperar e até prosperar nos anos seguintes.
Então, como não ser vítima dessa ilusão? Aqui vão algumas dicas:
Contextualize a Notícia: Antes de qualquer coisa, entenda o contexto. Uma notícia nunca vem isolada. O que está acontecendo ao redor? Quais são as causas e possíveis consequências?
Busque Fontes Confiáveis: Nem toda informação que circula por aí é confiável. Procure fontes reconhecidas e, se possível, mais de uma, para ter uma visão mais completa.
Mantenha a Perspectiva de Longo Prazo: Lembre-se de que investir é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Uma notícia pode causar impactos momentâneos, mas é o cenário geral que realmente importa.
Converse com Especialistas: Se estiver em dúvida, busque a opinião de profissionais. Eles podem te dar uma visão mais clara e objetiva.
E, para te acompanhar nessa jornada, eu estarei por aqui pronto para te ajudar a entender melhor o mercado.
Neste sentido, observei que o principal tema nos últimos meses foi a incerteza fiscal que ronda a economia brasileira. Após o contingenciamento de R$ 15 bilhões pelo governo, no mercado financeiro voltou o debate da necessidade de um novo ciclo de alta dos juros pelo Banco Central (BC).
Mas, mesmo se o BC não elevar a taxa Selic na reunião deste mês, ainda existiria espaço para o real se fortalecer, segundo a Kinea Investimentos, uma das maiores gestoras do Brasil, com R$ 140 bilhões em ativos sob gestão.
De forma objetiva em sua última carta mensal, a Kinea Investimentos (uma das maiores gestoras do Brasil, com R$ 140 bilhões em ativos sob gestão), afirmou que investir no real e em ações brasileiras seja um bom negócio para o momento. Sua visão otimista leva em consideração os dois cenários possíveis para a próxima reunião de política monetária, tanto o de início do ciclo de alta de juros pelo BC como o de manutenção das taxas no atual patamar de 10,50%. Isso porque o pano de fundo segue sendo o provável início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
“O aumento do diferencial de juros frente à economia norte americana, aliada com a visão mais construtiva para o fiscal de curto prazo, pode levar à boa performance do real. Dessa forma, temos posição compradas na moeda”, pondera a gestora.
Ou seja, eles entendem que justamente por conta do provável início dos cortes pelo Federal Reserve na próxima reunião, os investidores globais começarão a olhar para outros mercados.
A visão da equipe é complementada com os números registrados pela bolsa brasileira de entrada de capital estrangeiro no mês de agosto, que mostram a volta do interesse do investidor no país. Foi registrada em agosto uma entrada líquida de R$ 10 bilhões.
Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
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