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Peças na mesa do tabuleiro político de Campos para 2024 e as estratégias em busca do xeque-mate


  • Opinião NF
  • 03 de Novembro de 2023 | 12h12
 Foto: Arte/NF Notícias
Foto: Arte/NF Notícias

A pouco menos de um ano da eleição que vai definir os nomes que estarão à frente da Prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ), para o período entre 2024 e 2027, já começa a movimentar o tabuleiro eleitoral da política local. Os postulantes a “Reis” e “Rainhas” já começam a se apresentar e os dois principais grupos político na cidade já começaram a esquentar os bastidores da política.

De um lado o atual prefeito Wladimir Garotinho, busca a sua reeleição e do outro a família Bacellar precisa de um nome forte para concorrer ao pleito no executivo.

Não é de hoje que as famílias Garotinho e Bacellar entram em rota de conflito. No passado o embate pesado ficava por conta dos patriarcas Anthony Garotinho e Marcos Bacellar, em uma época que as redes sociais ainda não eram tão difundidas, mas pelas ondas do rádio, ganhavam voz e ecoavam na Planície Goitacá. Nas manhãs de sábado a cidade parava para ouvir as denúncias e as polêmicas trazidas no programa “Fala Garotinho”, as trocas de acusações e a rivalidade entre Garotinho e Bacellar aumentava ainda mais a rivalidade entre as famílias.

Com a ascensão dos filhos na política, onde cada um buscou um caminho diferente, mas ambos no legislativo, sendo um estadual e outro federal, o clima de cordialidade e o discurso de que entre eles haviam um bom relacionamento, ficou para atrás, quando os interesses políticos começaram a se convergir, dando início a uma rota de colisão.

De um lado, pude observar Wladimir, com uma postura mais centrada, equilibrada, em busca de uma união para o bem comum, que me surpreendeu com maturidade, mesmo sendo um jovem político. Desde a campanha ao governo do estado, onde Wladimir foi atacado por Bacellar que o acusou que trairia ao governador Claudio Castro, no mesmo palanque e com um discurso agressivo, Bacellar ofendeu a família de Wladimir. Mesmo com tantas ofensas sofridas, vi em Wladimir um verdadeiro líder político, equilibrado e sem revanchismo.

Após as eleições, foi costurado junto ao governador uma pacificação entre os dois grupos políticos, mas as tratativas não ficaram apenas nas palavras, Wladimir precisou ceder aos adversários cargos dentro da sua administração, em busca da “PAZ”, mas com o passar do tempo dava sinais de que estava por um fio.

Ao assumir a presidência do legislativo municipal, Marquinhos Bacellar, o caçula da família, chegou a discursar sobre a "pacificação". “A pacificação é para o bem da cidade, não estou aqui para aceitar tudo do governo, vamos debater e procurar soluções para os problemas da cidade juntos, quando tiver que fazer críticas, o farei, irei cobrar a manter a minha postura como sempre fiz”, disse Marquinhos em um de seus discursos.

Com o passar do tempo, Marquinhos foi mudando a postura em seus discursos, adotando uma linha mais agressiva e demostrando um descontentamento com a relação ao governo. Usava a tribuna para atacar e dizer que não era atendido pelo prefeito. Por sua vez, Wladimir usava as suas redes sociais para responder ao chefe do legislativo e afirmar que estava à disposição.

Nos bastidores da política a “pacificação” era tratada como temporária e tinha prazo de validade, uma vez que ambos os grupos são adversários, buscam seus ideais e interesses políticos. Era questão de tempo, até que as peças sejam organizadas no tabuleiro para dar início ao jogo, em busca do xeque-mate.

Wladimir saiu na frente, e já começou a se articular em busca de apoio político com a executiva de alguns partidos em apoio a sua reeleição. Já são sete partidos confirmados (Agir, Avante, Republicanos, PDT, MDB, Podemos e PP). Com essas articulações, Wladimir conseguiu repatriar vereadores e assim fortalecer a sua base governista na Câmara.

Ainda não sabemos, qual será a estratégia política adotada pela família Bacellar em Campos, se terá candidatura própria ao executivo municipal ou se irá apoiar algum aliado político, como na eleição passada, com o Doutor Bruno Calil, que hoje é aliado político de Wladimir.

Por outro lado, a esquerda campista se mobiliza para uma candidatura própria com o PT, e alguns nomes como do Professor Jefferson Azevedo e da ex-prefeita de São João da Barra, Carla Machado, estão sendo especulados.

Agora, é só aguardar e acompanhar a movimentação das peças no tabuleiro político. O jogo ainda nem começou, mas, o clima e a rivalidade entres os grupos promete um jogo muito competitivo e com fortes emoções neste duelo entre “Reis” e “Rainhas”.

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