O ex-prefeito Rafael Diniz se gabava do que chamava de boa gestão fiscal e transparência. Inclusive, divulgava recorrentemente que teve as contas dos três primeiros anos de seu governo aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). No entanto, na última quarta-feira (20), o TCE analisou e reprovou as contas do governo Rafael referentes a 2020. Entre os problemas encontrados estão um déficit de R$ 173,6 milhões a não aplicação de nenhuma parcela dos royalties do petróleo na saúde pública. Pela lei, pelo menos 25% deste montante precisa ser destinada à área.
Todos lembram que o TCE também emitiu parecer contrário às contas da ex-prefeita Rosinha Garotinho em 2016. Como o tribunal é responsável apenas pela análise técnica, a decisão final deste julgamento cabe à Câmara Municipal. Com um parlamento capitaneado pelo grupo de Rafael, o Legislativo goitacá reprovou Rosinha, que se tornou inelegível por oito anos. A atual legislatura anulou a decisão, acatando um pedido da ex-governante, que alega cerceamento de defesa. Porém, a base do atual prefeito Wladimir Garotinho não formou maioria para que uma nova votação fosse marcada.
Mas agora é a vez de Rafael Diniz se movimentar nos bastidores para tentar evitar a condenação também. Ao que tudo indica, o ex-prefeito parecia saber que o TCE emitiria uma indicação contrária e não aparenta ser por acaso a sua aproximação ao secretário estadual de Governo Rodrigo Bacellar, rival político de Wladimir em Campos.
Tabelinha com Bacellar
Em uma composição no segundo turno das últimas eleições, então candidatos ligados a Bacellar e a Rafael, como Rogério Matoso, Helinho Nahim, Raphael Thuin, Igor Pereira e Silvinho Martins, resolveram apoiar Wladimir na disputa contra Caio Vianna. No início do ano, os cinco se juntaram a Bruno Vianna, Anderson de Matos, Fred Machado e Nildo Cardoso em uma grande aliança que deixou a base governista com 23 dos 25 vereadores eleitos. Na primeira votação mais importante, que foi do pacote de austeridade, o grupo se dissolveu. No entanto, por trás disso está Bacellar, que almeja mais protagonismo como oposição a Wladimir Garotinho.
Contando nos dedos
Essa tabelinha entre Bacellar e Rafael aumenta a capacidade de oposição do grupo de Bacellar, mas qual será o reflexo disso para o ex-prefeito? A tendência é de que ele também tenha a reprovação confirmada, mesmo com essa divisão na Câmara. Porém, são necessários 2/3 dos votos para uma condenação em definitivo. Neste caso, Diniz precisaria de pelo menos oito votos para escapar. Aperte os cintos porque as negociações estão apenas começando.
Tapa-buraco
Não tem um motorista que dirija em Campos que não reclama dos muitos buracos, não é mesmo? Muitos deles são feitos, inclusive, pela Águas do Paraíba, que quebra o asfalto para reparos na rede de água e esgoto, e remenda porcamente as ruas. Mostrando, mais uma vez, a importância de parcerias, o prefeito Wladimir Garotinho esteve no Palácio Guanabara na última semana e, através do intermédio da sua irmã e deputada federal Clarissa Garotinho, conseguiram mais um auxílio do governador Cláudio Castro para a liberação de R$ 50 milhões para obras de asfaltamento, principalmente na área central. Em Brasília, a busca foi por recursos para restruturação e ampliação do Pronto Socorro Regional do Hospital Ferreira Machado, que atende todos os acidentes oriundos da BR 101 e região.
Comemoração no restaurante
Também nesta semana, o Restaurante do Povo, no Centro de Campos, completou a importante marca de 250 mil refeições oferecidas. O deputado estadual Bruno Dauaire, corresponsável pela abertura da unidade enquanto esteve à frente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, participou da cerimônia de comemoração ao lado do vice-prefeito Frederico Paes e da primeira-dama Tassiana Oliveira. O equipamento se tornou uma referência para matar a fome das pessoas que mais precisam e oferece refeições no café da manhã, almoço e janta de forma gratuita.
Por: Cleyton Lacerda
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