Uma carcaça de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) foi encontrada na manhã desta sexta-feira (03), na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana (RJ), durante o monitoramento regular realizado pelo Instituto BW. Equipes do GEMM-Lagos e do Instituto BW se deslocaram até o local para a realização da necropsia.
O animal, um macho juvenil com aproximadamente 9 metros de comprimento e idade estimada entre dois e três anos, já se encontrava em avançado estado de decomposição.
Segundo a Dra. Paula Baldassin, coordenadora de Medicina Veterinária e vicepresidente do Instituto BW a necropsia é fundamental para auxiliar na compreensão das possíveis causas da morte. Mesmo quando o animal está em decomposição, ainda é possível coletar informações relevantes.
As baleias-jubarte realizam longas migrações anuais, deslocando-se de áreas de alimentação em águas frias e ricas em nutrientes, como as regiões polares, para áreas de reprodução e criação de filhotes em águas tropicais mais quentes. Durante esse período, os filhotes ganham peso e resistência para o retorno ao sul. Essa migração ocorre de maio a novembro, com maior concentração em junho, julho e agosto, quando as baleias passam próximas à costa brasileira.
Após sofrerem uma redução drástica devido à caça, quando restavam menos de 1.500 indivíduos na costa brasileira na década de 1970, a população de jubartes vem apresentando uma notável recuperação, estimada atualmente em mais de 25 mil indivíduos. Ainda assim, alguns encalhes acabam ocorrendo, seja por causas naturais ou por pressões humanas, como poluição química e sonora.
Segundo o professor Salvatore Siciliano, do GEMM-Lagos, machos adultos migram para as áreas de reprodução em busca de fêmeas maduras. As fêmeas férteis apresentam um ciclo muito curto então eles precisam aproveitar esse período para fecundar as fêmeas. Machos adultos formam grupos competitivos, ou seja, seguem uma fêmea madura para tentar copular com ela. Nesse caso, competem pelo acesso, ou maior proximidade das fêmeas, o que acontece entre muitos empurrões, batidas de cauda, das nadadeiras peitorais, e saltos.
O GEMM-Lagos (Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos), em parceria com o Instituto BW atuam no monitoramento e resgate dos mamíferos marinhos da Região dos Lagos e Norte Fluminense, em cumprimento da execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo – PMP - BC/ES. “A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama." Caso encontre pinguins e outras aves marinhas, tartarugas-marinhas e mamíferos marinhos na faixa de areia, mortos ou debilitados não os devolva para a água e acione imediatamente o número 0800 991 4800 e aguarde o resgate.
Fonte: Com informações da Ascom Instituto BW.
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