Nem mesmo a cozinheira da casa do vereador Helinho Nahim ficou de fora da lista secreta da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj) - investigada pelo Ministério Público Estadual (MP-RJ) pelos altos gastos do Governo do Estado do Rio em contratações suspeitas e a possível prática da “rachadinha”. Cilésia da Silva Cardoso, cozinheira na casa do parlamentar, aparece na relação de nomes dos beneficiários em programas sociais, recebendo desde o mês de janeiro, tendo efetuado sete saques, no valor total de R$ 22.413,30. Ela teria sido outra indicação de Helinho Nahim por meio do deputado estadual Rodrigo Bacellar.
A primeira indicação suspeita e que chamou a atenção do MP, foi do ex-assessor e pessoa de confiança do vereador Helinho, o jornalista Fabrício Cabral, que segundo investigações, acumularia funções em dois projetos e já teria movimentado R$ 122,8 mil somente neste ano. Até o mês de janeiro, Fabrício estava nomeado como chefe de gabinete de Helinho, sendo seu braço direito, recebendo R$ 4.511,05 por mês.
Na tribuna da Câmara, na terça-feira (9) - primeira sessão após o escândalo de repercussão nacional -, Helinho Nahim disse que Fabrício é seu amigo e que ele provará tudo na Justiça. “Ele participou de um processo seletivo, passou e prestou serviço sim. Não há nada de errado nisso. Quando for necessário ele provar à Justiça”. Mudando de assunto, sem aprofundar mais no caso de maior repercussão e do qual há expectativas de desdobramentos ainda mais comprometedores, Helinho citou o ex-governador Garotinho, com grave acusação. “Garotinho, o senhor é corrupto. Me processe se estiver errado”, disse, em tom de provocação.
Até o momento, Garotinho não se manifestou publicamente sobre o pronunciamento do vereador.
A farra com contratações por meio de indicações políticas, além do misterioso processo seletivo para o qual não houve ampla concorrência e nem mesmo divulgação, tem respingado no governador Cláudio Castro e em seus aliados políticos. A certeza de impunidade levou até mesmo a realização de reuniões secretas em vários núcleos do projeto Esporte Presente, em Campos, coordenadas pelo pai e o irmão de Rodrigo Bacellar, o ex-vereador Marcos Bacellar e o vereador Marquinhos Bacellar. Os beneficiários e que tem nomes na lista, segundo advogados da Alerj presentes na reunião, “os pagamentos serão normalizados no próximo mês, tão logo o assunto saia de evidência. No entanto, nomes que foram divulgados por matérias na imprensa, não receberão”.
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