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A política da arquibancada marca um "gol contra" o povo


  • Opinião NF
  • 17 de Dezembro de 2025 | 00h06
 Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Meus amigos e leitores do NF Notícias, a gente olha para o Diário Oficial da Prefeitura de Campos e do Estado e custa a acreditar. Em um estado vive na UTI e que respira por aparelhos, onde a economia patina e o cidadão sofre para conseguir o básico, os nossos governantes decidiram parar pelo futebol. E não é por um feriado nacional ou uma data cívica, não. É por causa de um jogo do Flamengo no Mundial e Vasco pela Copa do Brasil.

O Governo do Estado, a Prefeitura do Rio e a Prefeitura de Campos decretaram ponto facultativo para esta quarta-feira (17), sob a justificativa da final do Flamengo. Com todo respeito à imensa torcida rubro-negra, inclusive muitos amigos flamenguistas com quem conversei e que acham isso um absurdo, o serviço público não pode ser tratado como puxadinho de torcida organizada.

 

O "Pão e Circo" em um estado falido

Vivemos em um estado que enfrenta crises financeiras sucessivas, escândalos de corrupção que não acabam mais e uma decadência política que envergonha o cidadão. Querer enfiar goela abaixo um dia de "oba-oba" para mascarar os problemas reais é a velha política do pão e circo. O problema é que o pão está caro e o circo quem paga é o trabalhador.

 

O descaso com a saúde

Enquanto os gabinetes estarão vazios, as filas de espera continuam cheias. O que acontece com aquele cidadão que está há meses, às vezes anos, esperando por uma consulta ou um exame especializado e teve o azar de cair justamente nesse dia? Os serviços de emergência funcionam? Sim.

Mas e as consultas e exames? É uma falta de respeito com quem depende da máquina pública. O povo é pego de surpresa e fica à mercê da incerteza de um novo agendamento que ninguém sabe quando virá.

 

A discrepância com o setor produtivo

A iniciativa privada vai funcionar normalmente. O comércio, a indústria e o setor de serviços entendem que o Rio não pode parar. Por que o serviço público, que já é criticado pela lentidão e falta de eficiência em muitos setores, precisa desse privilégio? É o estado vivendo em uma bolha de festança enquanto o trabalhador comum sua a camisa para manter as contas em dia.

 

Falta de prioridade e compromisso

Eu até entenderia se fosse um período de Copa do Mundo, onde o país inteiro se mobiliza pela Seleção Brasileira, algo que une a nação. Mas parar órgãos públicos por um jogo de clube, que atende apenas a uma parcela da população, é passar dos limites. Mostra que a prioridade não é o desenvolvimento, não é a economia e muito menos o bem-estar social. É a política do agrado, da conveniência e do feriado forçado.

O Rio de Janeiro só vai andar para frente quando a responsabilidade com a "coisa pública" for maior do que o desejo de fazer média com torcida. Enquanto tratarem o estado como uma eterna arquibancada de Carnaval, continuaremos sendo o exemplo de como não gerir uma máquina pública. É um absurdo que precisa ser dito: o cidadão não quer folga imposta, ele quer serviço público eficiente e de qualidade.

 

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