Entre uma e outra divulgação de inflação nos EUA, sentimo-nos à deriva.
Otimistas lembrarão do ciclo econômico e monetário e argumentarão que os juros vão cair mundo afora no segundo semestre, alimentando mercados emergentes.
Pessimista contra-argumentarão que um ou dois cortes no juro básico nos EUA não vão mexer o ponteiro — afinal, se o bond do JP Morgan paga mais de 6% em dólar, por que o camarada vai sair do quintal dele e investir num mercado emergente qualquer?
A despeito de alguns momentos pontuais de refresco, a verdade é que o mercado de capitais brasileiro não vai bem em 2024.
Veja, não está terrível, mas estamos piores que nossos pares emergentes, e principalmente pior do que se poderia esperar dele.
Parte disso tem a ver com o exposto acima. As declarações infelizes do nosso presidente também não ajudam, mas a parte que abordarei hoje aqui diz respeito à China.
Seria o Brasil um quintal da China? Em outras palavras, se a economia chinesa sofre, nós necessariamente compartilhamos dessa desgraça?
De fato, nossa relação aumentou exponencialmente desde os anos 2000. Expandimos as nossas exportações de um nível de USD 20 bi para outro próximo a USD 170 bi em 25 anos, e boa parte disso se deve ao grande salto chinês.
Ainda assim, desconfio que as quedas associadas à China nos são limitadas.
Primeiro porque o contexto por lá parece remeter menos ao estouro catastrófico de uma bolha e mais à transição gradual para um estado estacionário digamos assim.
Nesse novo normal, ainda que o crescimento chinês desacelere para a faixa de 3% a 5% ao ano, seu metabolismo continuaria sendo gigantesco.
Em paralelo, temos a ascensão da Índia.
É difícil imaginar um cenário no qual o crescimento indiano não vá beneficiar os termos de troca brasileiros, mesmo que por vias indiretas.
Estamos falando de um catch-up do PIB da Índia em relação à China da ordem de USD 4 tri para USD 18 tri - o que é simplesmente brutal.
Por fim, e a despeito de taxas de fertilidade em queda no mundo todo, ainda temos diante de nós a perspectiva adicional de 2 bilhões de população nos próximos 50 anos.
Dois bilhões de bocas que consomem commodities agrícolas, petróleo, minério de ferro e jatos da Embraer.
A ideia de ser um quintal da China pode soar pejorativa quando o momento chinês não colabora, mas a ideia de ser um quintal do mundo não me parece tão ruim.
Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
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