Desde o ano passado, venho apontando que as tensões geopolíticas seriam um fator chave em 2024, e isso se materializou dramaticamente no último fim de semana. Em resposta ao ataque de 1º de abril ao consulado iraniano na Síria, o Irã disparou mais de 300 drones e mísseis contra Israel no sábado.
Um porta-voz militar israelense declarou que o país está pronto para fazer "tudo o que for necessário" para se defender. Teerã, por outro lado, ameaçou escalar os ataques em caso de retaliação.
A resposta de Israel até o momento do fechamento desta coluna, ainda é uma grande dúvida.
Desde o início da guerra na Terra Santa, em outubro passado, Israel tem enfrentado adversários apoiados pelo Irã em várias frentes, incluindo forças no Líbano, Iraque e Síria.
Apesar da intensidade do ataque recente, este não atingiu o nível de catástrofe temido. Em parte, devido à eficaz defesa israelense e o apoio de aliados como EUA, Reino Unido, França, Alemanha e outros, neutralizando 99% da ofensiva. Aparentemente, até a Jordânia e a Arábia Saudita intervieram em apoio.
Israel sofreu danos mínimos e não houve vítimas. A grande questão agora é como isso afetará a região, a guerra Israel-Hamas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e as dinâmicas entre as grandes potências globais.
A resposta meticulosamente preparada de Israel ao ataque, que teve natureza mais simbólica que letal, permitiu que o Irã testasse as defesas israelenses, observasse as reações dos aliados de Israel e avaliasse como outras potências e entidades regionais responderiam a um confronto direto.
O presidente dos EUA, Joe Biden, incentivou o primeiro-ministro israelense, Netanyahu, a "celebrar a vitória" sem retaliação, mas Israel pode ver o ataque recente como uma razão para atacar instalações nucleares ou militares do Irã.
Seria um pesadelo.
Vejo que o ataque iraniano pode ter desviado a atenção da guerra em Gaza, favorecendo a posição de Israel na arena global e reduzindo a pressão sobre Netanyahu.
Espero inclusive que no fim das contas, o incidente pode ter representado o ápice das tensões regionais. Israel mantém seu foco em Gaza, enfrentando o Hamas, enquanto o Irã considera seus objetivos alcançados.
Nos EUA, Biden, enfrentando críticas por seu apoio a Israel, pode utilizar o incidente para reforçar seus esforços para prevenir um conflito maior.
Sendo assim, é provável que os efeitos nos mercados sejam limitados e temporários. No entanto, existe o risco de que o Irã possa retaliar a futuros ataques israelenses mirando o tráfego marítimo no Golfo Pérsico, o que teria implicações sérias para o fornecimento mundial de petróleo e gás.
Ainda assim, não vejo este como o cenário mais esperado no momento.
Portanto, é essencial manter a calma e não se deixar levar pela histeria propagada pelos meios de comunicação tradicionais.
A menos que haja uma escalada que eleve drasticamente os preços do petróleo, é mais provável que as ações sejam influenciadas pelas notícias sobre lucros empresariais do primeiro trimestre do que pelos eventos do Oriente Médio nas próximas semanas.
De toda forma, os mercados financeiros estão sob nova pressão geopolítica. Com os investidores já preocupados com a inflação persistente e a perspectiva de taxas de juros altas se mantendo, a crise no Oriente Médio pode intensificar a volatilidade do mercado.
Como falei antes, a questão crucial agora é como Israel responderá ao ataque.
Esse contexto trágico nos lembra da importância de ter proteções em nossas carteiras para momentos delicados como este, que podem piorar rapidamente.
Recentemente abordei nesta coluna sobre o ouro e o bitcoin. O ouro ainda é a principal reserva de valor da história. Já as criptomoedas, apesar de sua volatilidade, também tem espaço na carteira, mesmo que em menor proporção, especialmente com a proximidade do evento de "halving".
Quanto a liquidez, manter posição em caixa é uma estratégia segura. No Brasil, uma reserva de caixa que ainda rende dois dígitos, além de ser benéfico ancorar os rendimentos de nossa carteira em títulos indexados à inflação.
Posições em moedas fortes, como o dólar, também são interessantes, especialmente porque o caixa em dólar está rendendo mais de 5%.
Finalmente, incluir o petróleo por meio de alocação no exterior, por exemplo, parece sensato.
Diante das incertezas globais, manter um portfólio que inclua esse conjunto de ativos, de forma complementar e ajustada ao perfil de risco do investidor, com diversificação adequada e as devidas proteções, continua sendo uma abordagem prudente.
Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
*Em caso de incerteza, proteja sua carteira. Por sorte, existem vários BDRs no mercado capazes de oferecer proteção e ainda GERAR VALOR. O BTG Pactual selecionou os 10 melhores para investir nesse cenário – clique AQUI para conferir o relatorio GRATUITAMENTE.
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