O que a oposição temia no tabuleiro político municipal, aconteceu e acena como mais um reforço para a reeleição do prefeito Wladimir Garotinho. Na tarde desta segunda-feira (1°), ele dividiu palco com o deputado federal, Caio Vianna (PSD), na praia do Farol de São Thomé, durante inauguração do prédio do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) na localidade.
Para a população, a união dos jovens políticos com vistas à próxima eleição, surge como excelente notícia e relembra os governos dos então prefeitos, Anthony Garotinho e Arnaldo Vianna.
Embora a reaproximação dos pais não tenha tido sucesso, os filhos, Wladimir e Caio agora caminham juntos na política e afinam discurso em defesa do que acreditam ser o melhor para Campos. Pautados neste pensamento, já vinham trabalhando em busca de recursos que o deputado conseguiu liberar para o turismo no município, na ordem de R$ 2,3 milhões. Outras importantes emendas foram intermediadas por Caio em Brasília, visando atender as demandas de Wladimir para a cidade.
A movimentação que anunciava a parceria de Wladimir e Caio, de certa forma, já incomodava os Bacellar, desde o pai, o ex-vereador Marcos Bacellar - inelegível por improbidade administrativa pelo desvio de recursos do município em uma empresa de iluminação pública -, até o deputado estadual Rodrigo Bacellar, que acreditava ter “carta na manga” quando anunciou com pompa a pré-candidatura da delegada Madeleine Rangel Diekyman, para a disputa pelo União Brasil.
SEM CAIO E SEM UM NOME DE PESO NA DISPUTA
Demorou um bom tempo até os Bacellar e seus apoiadores acordarem para a realidade de que não teriam Caio Vianna como nome para a disputa pelo grupo político, exigindo um plano B quando, por falta de um nome de peso, apostaram na figura da delegada Madeleine. A escolha não surgiu por ideal político ou estratégia, mas pela carência de opções. Embora tenha desempenhado importantes ações na Polícia Civil e como titular da Deam/Campos, Madeleine não tem afinidade no meio político.
Após dias de bombardeios nas redes sociais, os dois jovens políticos de duas tradicionais famílias de Campos, caminham juntos por um mesmo ideal: dar continuidade a reconstrução do município.
Há poucas semanas, o grupo dos Bacellar – possivelmente admitindo não ter outro nome para entrar na disputa, já que Rodrigo não teve votação expressiva e tão pouco o quantitativo de votos esperado para a Alerj -, vinha elogiando Caio Vianna nas redes sociais. Os elogios eram desde seu histórico familiar até sua atuação representativa na política e os conteúdos, enaltecidos principalmente nos canais de divulgação “simpáticos” aos Bacellar.
No entanto, desde sua ajuda ao prefeito Wladimir na intermediação de emendas em benefício do município, Caio começou a sofrer represálias dos, até então, “amigos”. As pressões aumentaram e, segundo o próprio deputado, viraram ameaças com o apoio declarado a Wladimir na disputa pela reeleição. O acontecimento ganhou destaque nos veículos de comunicação de Campos e região, para o desespero da oposição.
“Não estamos caminhando juntos por poder, por dinheiro, diferente do que a oposição quer. Nossa união é por Campos, pelo bem dos campistas e por entendermos ser o melhor. Diferente dos nossos pais, eu e Caio somos amigos e temos esse entendimento. Não adianta vir com ameaças, nos bombardearem nas redes sociais ou espalharem mentiras para tentar confundir a população, porque o povo sabe que estamos trabalhando para reconstruir o que esse grupo de oposição destruiu, junto com o ex-prefeito Rafael Diniz, hoje assessor na Alerj”, declarou Wladimir, relembrando a prefeitura quando assumiu em janeiro de 2021, com RPA’s sem receber oito meses e servidores com salários atrasados.
A decisão de Caio refletiu diretamente em seu mandato, do qual sai em manobra, segundo ele, “imposta por Rodrigo Bacellar ao prefeito Eduardo Paes”. Ele exonerou nesta segunda o deputado Marcelo Calero da secretaria de Cultura para que volte à Câmara e, automaticamente, retire Caio do mandato.
O medo dos Bacellar encontra sustentação nos números, afinal, nas eleições do ano de 2020, quando disputaram a prefeitura, Wladimir obteve total de 121.174 votos contra 110.094 de Caio, que contou com o apoio de Rodrigo, Marcos e de outros políticos de oposição.
Qual outro nome teriam, se Caio para deputado nas últimas eleições foi o federal mais votado em Campos, com 27.706 votos dos campistas dos 36.785 totais quando Rodrigo, disputando para a Alerj, teve apenas 27.407 no município e contando com “a máquina do Estado” a seu favor?
No município, o deputado estadual mais votado foi Bruno Dauaire, com o apoio do prefeito Wladimir Garotinho. Bruno quase que triplicou sua votação com 47.542 votos em Campos, de um total de 68.455.
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