Muitos são os aspectos que abrangem o planejamento financeiro e eles vão muito além do simples conhecimento de se ter dinheiro suficiente para pagar um determinado valor ou somente economizar e ter uma conta bancária positiva. Saber o quanto ganhamos e gastamos, a fim de equilibrar os gastos e conquistar objetivos, por exemplo, é um fator primordial neste processo.
Há quem pense também que o planejamento financeiro é focado unicamente no futuro. Mas a realidade não é bem essa. A partir de um controle diário de gastos é possível ter uma visão melhor das suas finanças e se preparar para realizar investimentos, fazer uma viagem dos sonhos, comprar um imóvel, um veículo ou qualquer outra coisa que se deseja.
Quem tem uma boa gestão financeira vive com mais tranquilidade e segurança, sem aquela preocupação de saber se a conta bancária vai fechar no vermelho ou se sobrará algum dinheiro no final do mês. Sem contar que, quando as finanças estão em ordem, é possível criar uma reserva para começar a investir.
Dentre algumas dicas importantes para a manutenção e execução do planejamento financeiro estão: o conhecimento de receitas e despesas, a negociação e eliminação de dívidas, a definição de metas e objetivos, a economia de gastos entre outros.
Neste contexto abordarei um pouco mais sobre o consórcio, uma das ferramentas que pode ser utilizada para a aplicação do planejamento na vida financeira das pessoas, impactando positivamente seu cotidiano como um todo.
Modalidade de investimento tipicamente brasileira, o consórcio permite a aquisição de uma gama enorme de produtos e serviços de forma fácil e acessível.
Pagando parcelas mensais, definidas de acordo com a sua intenção, é possível que o consorciado tenha acesso ao valor integral do bem que deseja adquirir.
Conhecida por muitos brasileiros como uma forma de poupança, afinal trata-se de um “boleto do bem” que você paga para você, projetando uma compra a pequeno, médio ou longo prazo, com parcelas e condições atrativas que cabem no bolso.
No entanto, mesmo que você tenha urgência, uma opção é recorrer à carta de crédito contemplada. Ela mantém as vantagens do consórcio, sem a necessidade de espera.
Antes de tudo, é importante entender que, diferente do que algumas pessoas possam imaginar, o consórcio não entrega ao consorciado o dinheiro em espécie para ele comprar aquilo que pretende adquirir. Em vez disso, o valor do crédito é liberado diretamente ao vendedor.
Como a negociação é reconhecida pelo Banco Central — que é o órgão regulador dos consórcios no Brasil —, a carta de crédito tem tanto poder de compra quanto teria um cheque ou mesmo o dinheiro vivo.
Para contemplá-la, existem algumas possibilidades. A primeira seria por meio dos sorteios, que são realizados mensalmente. A segunda, pode ser a partir de lance, que deve ser ofertado até o dia das assembleias. Existem vários tipos de lance, como o livre, o fixo e limitado, e todos os consorciados que estão em dia com os pagamentos podem aproveitar essa oportunidade de acordo com o contrato.
Além disso, existe a possibilidade de receber o valor no encerramento do grupo, quando todos que não foram contemplados recebem o crédito.
Por fim, há a alternativa de adquirir uma carta de crédito contemplada de algum consorciado investidor.
Ou seja, a carta de crédito contemplada é aquela que o consorciado adquire e que dá a ele a condição de compra de um bem ou de contratação de um serviço. É possível que, por algum motivo, em vez de utilizá-la no mercado, ele prefira negociá-la, transferindo o direito ao crédito para outra pessoa.
Os números apontam que este é um mercado realmente promissor e em constante crescimento. Dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que em maio deste ano, as vendas de novas cotas atingiram 339 mil, ao avançar 8% sobre as 324 mil de adesões do mesmo mês de 2022.
Os negócios realizados, decorrentes destas comercializações, também registraram alta expressiva, ao alcançar R$ 25,7 bilhões, 20% sobre os R$ 21,6 bilhões anteriores, no mesmo período, com um total de participantes ativos 10,8% acima dos 8,62 milhões de consorciados, atingidos em maio de 2022.
Já uma recente pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest, no final do ano passado, com 880 pessoas, mostrou como o brasileiro compreende a organização financeira. Segundo o levantamento, a maior parte dos entrevistados (61%) se considera organizada e que 75% dos respondentes acreditam que o consórcio pode funcionar como uma opção de investimento.
Tais números, além de muito relevantes, demonstram que mais da metade dessas pessoas considera o consórcio como uma alternativa viável para a aquisição de um bem, seja um imóvel, um veículo, ou outro. Além disso, esse resultado é um instrumento importante para o entendimento do comportamento dos brasileiros no que diz respeito a suas finanças pessoais.
Muitas vezes as pessoas não têm acesso ao crédito e a modalidade de investimento democratiza este caminho, promovendo a realização de nove a cada dez desejos dos brasileiros. Além de mostrar a direção para um planejamento financeiro efetivo, que tenha resultados positivos com base num presente e futuro melhor para todos.
Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
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