Existe um negócio bilionário, e relativamente invisível, em Campos e região. Da mesma forma que as empresas de petróleo recebem a outorga para iniciar as operações de exploração e produção, é também responsabilidade da empresa o descomissionamento das instalações ao final do período de extração das reservas, ou seja, a interrupção definitiva das operações da plataforma, que é um processo natural dentro do ciclo produtivo da indústria de óleo e gás.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), existem, na Bacia de Campos, 22 processos de descomissionamento em andamento com previsão de investimento de R$ 30 bilhões, sendo 9,8 bilhões nos próximos cinco anos. Em setembro, a Petrobras assinou com a Porto do Açu um contrato de três anos para o descomissionamento de três plataformas. Além do acostamento das instalações, o acordo prevê a remoção de bioincrustação, destinação correta dos resíduos oleosos dos tanques e fornecimento de energia elétrica.
A ANP criou um painel dinâmico que permite o monitoramento dos processos, ações e investimentos do programa de descomissionamento em todo o Brasil. No total, são 51 bilhões em investimentos sendo 30 bilhões somente na Bacia de Campos. Por um lado, apesar do volume expressivo de investimento gerar boas expectativas, por outro, constata-se a redução da produção de petróleo e gás na região e consequentemente a diminuição dos repasses de royalties. Assim, percebe-se a necessidade urgente da realização de um plano de desenvolvimento econômico e social para Campos e demais cidades petrorrentistas considerando a finitude das rendas variáveis que sustentam a maior parte dos projetos locais.
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