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Copom vai finalmente começar o ciclo de corte de juros


  • Olhar Econômico
  • 02 de Agosto de 2023 | 08h57
 Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Os investidores estão atentos hoje à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A grande expectativa está em torno da decisão sobre o corte na taxa de juros.

A curva de juros aponta para uma maior probabilidade de um corte de 50 pontos-base, enquanto as instituições financeiras esperam um corte de 25 pontos.

Como já comentei anteriormente nesta coluna, um corte de 25 pontos seria coerente com a postura mais cautelosa que o Copom tem adotado nos últimos meses, de acordo com o que foi destacado em seus comunicados.

Em contrapartida, se o corte for de 50 pontos, poderá sinalizar a possibilidade de uma continuidade no mesmo ritmo para o próximo encontro, em setembro, evitando que o mercado interprete de forma agressiva o ciclo (por exemplo, esperando um corte de 75 pontos).

Ao mesmo tempo, vale lembrar que o comitê enfatizou em junho a necessidade de prudência e cautela na condução da política monetária diante da conjuntura econômica, em linha com o que foi indicado pelas agências de rating recentemente.

A comunicação desde a última reunião deixou a porta aberta para o início do ciclo de flexibilização, ainda que de forma gradual, já que os dados recentes de inflação têm mostrado uma dinâmica mais favorável.

Independentemente se o corte será de 25 ou 50 pontos, espera-se que o ciclo de flexibilização monetária finalmente se inicie.

A reunião marcará também a estreia de Gabriel Galípolo no colegiado. Visto como uma espécie de sucessor espiritual do Roberto Campos Neto, é desejável que ele e o presidente do Banco Central votem alinhados para evitar ruídos e impactos negativos no mercado financeiro.

Esse alinhamento sinalizaria pragmatismo e solidez no trabalho técnico do BCB.

Em outras palavras, a forma como os dois votos se alinharão, pode ser tão relevante quanto o próprio corte de juros para as expectativas de inflação, o mercado e a curva do DI.

Em relação aos nossos pares latino-americanos, alguns países já iniciaram a redução das taxas de juros.

O Chile, por exemplo, cortou a taxa para 10,25% ao ano, dando início a um ciclo de flexibilização monetária mais intenso do que o esperado. Foram os primeiros a adotar esse movimento de relaxamento monetário na América Latina.

Internacionalmente, observo que estamos chegando ao fim dos ciclos de aperto monetário.

Na última semana nos EUA, por exemplo, o FED optou por elevar a taxa para a faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, em uma decisão unânime em sua reunião de julho, como amplamente previsto pelo mercado.

Olhando para o futuro, o alívio das restrições na cadeia de valor global, aliado a preços mais baixos de commodities e à valorização do real, tem mantido as condições externas favoráveis para os preços no país, apesar do recente aumento do petróleo.

Fonte: Institute of International Finance.

Observando os rastreadores do Institute of International Finance, fica claro que a pressão inflacionária no Brasil diminuiu significativamente nos últimos meses, o que abre caminho para o início do processo de flexibilização da política monetária.

Além disso, a decisão positiva em relação à meta de inflação, mantendo-a em 3% sem alterar a faixa de tolerância, trouxe mais clareza e alívio após meses de incerteza em torno do assunto.

Com base na comunicação de junho do Copom, na redução dos riscos no país e na evolução do cenário externo, juntamente com os indicadores favoráveis da inflação, espero que o ciclo de flexibilização já comece hoje.

Sim, há possibilidade de um corte de 50 pontos na Selic, embora o meu cenário base ainda seja de um corte de 25 pontos. A decisão deve impulsionar mais os ativos brasileiros, com o Ibovespa se mantendo acima de 120 mil pontos após o IPCA-15.

O contexto é favorável para posições em juros de longo prazo e ações, que tendem a apresentar um bom desempenho ao longo do segundo semestre.

As perspectivas são positivas para a economia brasileira, com a flexibilização da política monetária contribuindo para estimular o crescimento e a recuperação econômica.

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Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.

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