O mercado financeiro internacional está cada vez mais preocupado com a situação do limite da dívida americana. E do que se trata na verdade este tema? Trata-se de uma lei que limita a quantidade total de dinheiro que o governo dos EUA pode tomar emprestado para pagar suas contas.
Isso inclui o pagamento de funcionários federais, militares, Previdência Social e Medicare, bem como juros sobre a dívida nacional e restituições de impostos. Periodicamente, o Congresso dos EUA vota para aumentar ou suspender o teto para que possa tomar mais empréstimos.
Atualmente, o valor é de cerca de US$ 31,4 trilhões sendo que esse limite foi violado em janeiro, mas o Tesouro tem se valido desde então de "medidas extraordinárias" para fornecer mais dinheiro ao governo enquanto o impasse não é resolvido.
O que acontece se o teto da dívida não aumentar?
Olha, isso nunca aconteceu antes, então as consequências não estão totalmente claras, mas causariam grandes danos econômicos. Afinal, o governo americano não seria mais capaz de pagar os salários dos funcionários federais e militares, além dos gastos coma Previdência Social, dos quais milhões de aposentados nos EUA dependem.
Em outras palavras, um verdadeiro desastre.
Com isso, os legisladores americanos enfrentam momento crítico esta semana enquanto buscam um acordo sobre o teto da dívida do país.
Biden afirmou que as negociações estavam avançando e que ele e os quatro principais legisladores do Senado e da Câmara iriam se reunir novamente. Chegou inclusive a retornar mais cedo da cúpula do G7 ocorrida no Japão, tendo adiado visitas que faria a outros países na região.
O prazo para a resolução do problema é estimado até o dia 1º de junho, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que há alguns sinais de acordo. Seria algo histórico que não houvesse acordo, uma vez que o teto foi elevado ao longo da história independentemente do partido que estava no governo, como podemos ver abaixo.
Fonte: BBC
Em todo caso... Qual seria o pior cenário possível?
Notadamente, o Congresso está sofrendo muita pressão de vários grupos e todos têm que mostrar que lutam pelo seu eleitorado. Lembro que nos meus primeiros anos como analista de mercado, o desastre chegou perto em 2011, quando os republicanos entraram em confronto com Barack Obama.
Até a metade daquele ano, o S&P 500 (índice das 500 ações ordinárias daquelas que são consideradas a nata das empresas dos Estados Unidos) praticamente manteve seus ganhos, quando o problema chegou ao auge. Com o desastre evitado, as ações começaram a cair somente após o rebaixamento da dívida soberana do país.
Se o teto da dívida do governo dos EUA não for elevado até 1º de junho, quando o Tesouro espera ficar sem dinheiro para pagar as contas do país, os mercados financeiros podem virar de cabeça para baixo — a Casa Branca, querendo pressionar o Congresso, claro, estima que o mercado de ações pode cair pela metade em valor (certo exagero sim, mas não deixa de chamar atenção).
Um entendimento sobre corte de gastos poderia abrir caminho para um acordo para aumentar o limite de endividamento dos EUA. Independentemente do que for, é bom que encontrem rápido uma solução.
Sem uma ação imediata do Congresso para aumentar ou suspender seu limite de endividamento, o país em breve poderá não conseguir pagar suas contas.
Isso teria sérios efeitos cascata sobre as pequenas e médias empresas. O acesso ao crédito pode tornar-se mais difícil, agravando ainda mais os desafios que indivíduos e empresas já enfrentam.
Assim como aqui por conta do aumento dos juros, já vemos o crédito se esgotando para pequenas e médias empresas por lá (está cada vez mais difícil para elas obterem empréstimos).
É preciso acompanhar com atenção pois mesmo diante das incertezas, a situação pode gerar momento interessante para internacionalização do patrimônio. Como diz o megainvestidor Warren Buffet “never bet against America”, em tradução: nunca aposte contra a América.
Para os investidores mais conservadores, lembro que em abril no artigo Em busca de um porto seguro, abordei o ouro como sugestão de ativo internacional neste mundo inflacionário pós pandemia. Trato aqui de um pequeno % da carteira para proteção de patrimônio.
Obviamente, tudo deve ser realizado levando em consideração a alocação adequada de posições, com base no perfil de risco do investidor, e a diversificação de carteira adequada.
Por Paulo Nascimento Filho, empresário, assessor de investimentos pela Ancord, influenciador e criador de conteúdo sobre finanças e educação financeira.
11 | Depois da farra sempre vem alguma ressaca |
4 | A ilusão da notícia |
28 | Perspectivas para as taxas de juros |
21 | Recorde no Ibovespa |
14 | Um novo paradigma a caminho? |
7 | Pânico nos mercados globais. Existe razão para tamanha histeria? |
31 | Agronegócio é alternativa para investidores |
24 | Economia brasileira com crescimento sustentável ou voo de galinha? |
10 | Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos |
3 | Segunda metade do ano |
26 | Bolsa tem boas oportunidades para os pacientes |
19 | Conservadorismo necessário |
12 | Juros e inflação nos EUA definirão rumo dos mercados no curto prazo |
5 | Nosso dilema do prisioneiro |
29 | Como a desancoragem das expectativas atrapalha a queda dos juros no Brasil |
22 | Debêntures incentivadas em evidência |
15 | Bolsa barata basta? |
8 | Conservadorismo e cautela |
1 | O mal não falado |
27 | Não chegue no fim da festa |
20 | Super Quarta quente |
13 | Reserva de valor: até onde vão o ouro e o bitcoin? |
6 | Petrobras e seu recorde de valor de mercado |
28 | Petróleo: a principal commodity |
21 | Investimentos inteligentes: planeje sua viagem dos sonhos |
7 | Como vencer o medo de investir? |
31 | Aquela velha roupa vermelha |
24 | 2024 é ano de eleições. A mais importante não será no Brasil |
17 | Commodities em baixa |
10 | Ressaca pós-virada? |
20 | Dicas para controlar os gastos de fim de ano |
13 | Última Super Quarta do ano |
6 | Lições valiosas de Charlie Munger |
26 | Comprar imóvel ou investir em fundos imobiliários? |
19 | Em busca de um porto seguro |
12 | Mais pra cá do que pra lá |
5 | Como investir com foco no longo prazo no Brasil? |
15 | Como saber se uma ação está cara ou barata? |
8 | Investir é um teste de resiliência |
1 | Semana dos Bancos Centrais |
21 | Renda fixa segue como “queridinha” em 2023 |
14 | Menino ou adulto Haddad? |
7 | Fuja dos golpes: não se deixe levar por promessas de dinheiro fácil |
26 | Benefícios do planejamento sucessório: conheça mais! |
19 | Quais os riscos de investir em FIIs? |
13 | Viver de renda? Confira o passo-a-passo para chegar lá! |
31 | Contra o consenso |
24 | BTG lança plataforma cripto |
17 | Preparado para as propagandas eleitorais? |
10 | Um pouco de previsibilidade |
3 | Preparados para o mês de agosto? |
27 | A proteção ficou mais cara, mas continua essencial |
20 | Fundos imobiliários X Imóveis |
13 | Renda fixa continua atraente. Mas e a bolsa? |
6 | Cenário macro para 2º semestre |
25 | Uma boa notícia para os fundos imobiliários |
18 | O médico e o monstro |
11 | O fim da era do dinheiro de graça |
4 | A maré baixa mostrará quem está nadando pelado |
27 | Todos os caminhos levam à inflação |
20 | O alerta vem da China, "de novo" |
13 | Insurtechs? Esse seguro está diferente |
6 | Consórcio é mais vantajoso que outras aplicações financeiras? |
30 | Irmãos a obra: análise de balanços |
23 | Com qual frequência você muda de opinião? |
15 | A Super-Quarta |
9 | Mulheres: com toda crise, uma oportunidade |
2 | Investindo em tempos de guerra |
23 | A sorte está lançada |
16 | Value investing is back |
9 | Mudanças e algumas tensões no ar |
2 | A política monetária brasileira sob os holofotes |
26 | NF Notícias estreia coluna de economia com Paulo Nascimento Filho |
Seja o Primeiro a Comentar
Comentar