As constantes transformações tecnológicas somadas aos processos de globalização fazem com que os contextos em que se desenvolvem as atividades estatais sejam cada vez mais dinâmicos. Como consequência dessa evolução, as instituições políticas necessitam se modernizar para promover a relação entre demandas políticas e resultados da maneira mais efetiva possível.
O planejamento estratégico é uma ferramenta crucial para o sucesso e a eficiência das organizações, tanto do setor público quanto do privado. No caso dos municípios, o planejamento estratégico é ainda mais importante, pois essas entidades estão na ponta e são responsáveis por fornecer serviços e infraestrutura essenciais para os cidadãos.
Um planejamento estratégico bem elaborado pode ajudar o setor público de um município a definir suas metas e objetivos de longo prazo, estabelecer prioridades, alocar recursos, identificar e gerenciar riscos e oportunidades, além de monitorar e avaliar seu desempenho ao longo do tempo.
Ao criar um planejamento estratégico, o setor público de um município deve levar em consideração os objetivos e necessidades da comunidade, bem como as prioridades e diretrizes estabelecidas pelos governos estadual e federal. Sempre lembro de um comparativo feito por um grande amigo e professor, o Leonardo Secchi. A política pública está para os problemas sociais como um remédio está para uma determinada doença. Ou seja, não adianta dar remédio para dor de cabeça para quem está com dor no estômago. E é por esse motivo que é importante envolver a comunidade no processo de planejamento, por meio de consultas públicas, audiências e outros mecanismos de participação cidadã.
No Brasil, apesar de muitos municípios utilizarem o ctrl+c/ctrl+v, o Planejamento Estratégico se materializa através de três instrumentos orçamentários: o PPA, a LDO e a LOA. Prometo em breve tratar destes instrumentos mais a fundo. É através destes que a administração pública vai prestar os serviços e realizar suas ações, além de tomar decisões para o desenvolvimento da cidade. Um planejamento bem feito é sinônimo de melhor utilização dos recursos, que por serem escassos, necessitam de grande atenção dos gestores no processo de construção do orçamento.
O planejamento estratégico governamental não é um processo estático e único, mas sim uma abordagem contínua e dinâmica. Existem uma série de fatores que influenciam na definição das metas e ações. Infelizmente, tanto em relação à elaboração de políticas públicas quanto dos orçamentos, no Brasil, vereadores, deputados, senadores e governos inteiros os elaboram, em sua maioria, de forma improvisada, com visão de curto prazo, pautadas no “achismo” ou em interesses particulares ou corporativistas.
A transparência nas atividades da administração pública é um fator cada vez mais valorizado e desejado pelas pessoas. O planejamento materializado nos instrumentos orçamentários pode funcionar como ferramenta para divulgar as intenções dos governos e para acompanhamento da população da maneira que os recursos estão sendo utilizados. Nas próximas semanas vamos abordar mais a fundo esse assunto que é, ou pelo menos deveria ser, de interesse de toda a população. Fiquem ligados!
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