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O que esperar para seus investimentos em 2023: como encarar cenários adversos?


  • Olhar Econômico
  • 16 de Novembro de 2022 | 08h54

Sei que você pode estar o cenário brasileiro, porém gostaria de começar a mostrar o quadro de fora para dentro. Vamos analisar a situação global e como o que está acontecendo pelo mundo pode influenciar aqui e, conseqüentemente, nos seus investimentos.

O que esperar para seus investimentos em 2023: cenário global

Temos 3 principais pontos de atenção:

i) As taxas de juros dos bancos centrais não param de subir. Quando esse ciclo de aperto monetário vai terminar?

ii) Os riscos de uma recessão global, principalmente na Europa e EUA.

iii) A China que pode seguir pressionando o crescimento da economia mundial.

As taxas de juros

Com a inflação persistente em todo o mundo, é provável que os bancos centrais sigam agressivos com a política monetária nos próximos meses. Porém, os mercados globais tiveram resultados positivos nos balanços das empresas do 3TRI22 em geral. Os Estados Unidos, maior fluxo de capitais, também tiveram um mês positivo com a sinalização do seu banco central (Fed), que pode começar a desacelerar o ciclo de alta de juros devido à inflação parecer ter começado a esfriar, o que foi bem recebido pelos mercados.

Os riscos de recessão

Neste momento, enquanto nos EUA analistas calculam as chances de recessão em 60%, na Europa já chegam em 80% devido principalmente à crise energética e a aproximação do inverno. Se a recessão se materializar, isso será ruim para o Brasil e outros países emergentes, fortalecendo o dólar com os investidores globais buscando segurança. Porém, caso a recessão não aconteça e a inflação continue alta, pode ser uma boa notícia para as commodities e outros ativos reais.

A China

Xi Jinping garantiu mais um mandato, nomeou seus aliados para cargos de liderança e removeu políticos conhecidos por apoiar reformas mais favoráveis ao mercado. Além disso, continua a defender o sucesso da política de Covid zero que não sabemos quando irá terminar. Embora o PIB de 2022 tenha sido severamente prejudicado pelos lockdowns anti-Covid e a economia provavelmente não atinja sua meta de crescimento, se a China não fornecer estímulo suficiente e o crescimento decepcionar novamente, poderá arrastar a economia global para baixo.

O que esperar para seus investimentos em 2023: cenário brasileiro

No Brasil, o futuro das políticas fiscais, bem como qual será o time econômico do próximo governo, são as principais dúvidas no momento. No último mês, as ações brasileiras continuaram a superar os mercados globais. O Ibovespa subiu 5,5% na moeda local e, com o real mais forte em relação ao dólar, teve alta de 10,4% em dólares.

Nosso país está no fim do ciclo da alta de juros, ao contrário dos Estados Unidos e de outros países, mas após um crescimento acima do esperado até o momento no ano, o ritmo da atividade econômica deve começar a desacelerar à frente, como efeito de uma política monetária mais apertada, além de um crescimento econômico global mais fraco no exterior.

Mas o afrouxamento da política monetária depende crucialmente da política fiscal. Essa política dependerá do Lula, presidente eleito que deverá administrar as demandas sociais, com seus altos gastos mantendo responsabilidade fiscal. Apesar de ruídos, ainda não houve sinalização sobre quem fará parte de sua equipe econômica e o mercado está atento se haverá mudanças no teto de gastos ou outra tentativa de reforma tributária.

Como ficam os investimentos?

Ainda é cedo para cravar, mas com essa eleição - se olharmos o histórico do país quando governado pelo Partido dos Trabalhadores - as ações de educação, varejo e habitação popular tendem a se beneficiar, enquanto empresas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, devem seguir com alta volatilidade.

Na renda fixa, os títulos pós-fixados atrelados ao CDI e a Selic são considerados opções para o momento, devido à queda de juros serem esperadas por analistas de mercado apenas em meados de 2023.

Há também oportunidades em títulos atrelados à inflação, para quem enxergue a possibilidade do Brasil enfrentar desafios nos gastos públicos e na política fiscal a partir de 2023, com vencimentos curtos e médios de até cinco anos.

Já em relação aos riscos globais, ainda assim acho interessante manter parte da carteira dolarizada, seja por fundos globais ou outros meios. Em momentos de incertezas, ações de empresas consolidadas que pagam bons dividendos tendem a sofrer menos com crises.

Em caso real de recessão você precisa:

1. Investir com foco no longo prazo - isso porque, não se saber quanto tempo uma recessão pode durar. Sendo assim, é preciso esperar até o mercado se recuperar para começar a ver os resultados das aplicações.

2. Diversificar - Além disso, aplicar em diferentes tipos de ativos e não apenas em uma classe.

3. Estudar - Fazer o dever de casa nos investimentos quer dizer estudar sobre o fundo ou a empresa da qual você pretende comprar cotas/ações.

4. Ser resiliente - Para investir em ações, no geral, já é preciso ter estômago. Em épocas de recessão, o mercado está em baixa e muitos investidores ficam pessimistas. Logo, é preciso ter resiliência para manter a posição ao invés de sair vendendo tudo.

Conforme formos entendendo como fica a situação política no Brasil e o cenário macroeconômico, é necessário estar informado e ir ajustando sua carteira no desenrolar. Por isso, mantenha sempre contato com seu assessor de investimentos.

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