Nada como um pouco de previsibilidade. Ainda mais em tempos nos quais parece difícil prever o minuto seguinte. Em meio a tantos ruídos que movimentam os mercados financeiros, ontem foi dia de prestar atenção aos dados da inflação. Os investidores buscavam sinais que justificassem o recente rali da bolsa, que levou o Ibovespa de volta a seu maior nível em mais de dois meses.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a julho. O indicador marcou a maior deflação já registrada no Brasil desde a implementação do Plano Real, em 1994. Conseqüentemente, ocorreu uma forte desaceleração da inflação acumulada nos últimos 12 meses. Entretanto, ela ainda está na casa dos 10%.
Com uma série de medidas de renúncia fiscal em vigor e a queda das commodities no mercado internacional, o movimento já era esperado. Sim, tamanha redução nos preços é resultado do corte no ICMS promovido pelo Congresso Nacional sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. Além disso, a Petrobras reduziu o preço da gasolina no mês passado e a Aneel barateou a conta de luz com a bandeira verde.
A divulgação do indicador casou com a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (COPOM) e ajudou os analistas a recalcularem mais precisamente para qual caminho a taxa Selic deve seguir nos próximos meses. A autoridade monetária deixou uma fresta aberta para um eventual ajuste residual, mas, ao que parece, o ciclo de aperto monetário chegou ao fim.
Nos últimos dias, a tendência foi de fortes ganhos na bolsa e de alívio nos juros e no câmbio. Ontem porém, o movimento foi de realização de lucros em todas as frentes. É como um velho ditado do mercado diz: sobe no boato e cai no fato.
O bom balanço do Itaú Unibanco (ITUB4) e o avanço do minério de ferro trouxeram o pique necessário para que o Ibovespa fechasse o seu sexto pregão consecutivo de alta. O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,23%, a 108.651 pontos.
Hoje serão conhecidos os números da terra do Tio Sam. Parte dos analistas acreditam que a alta dos preços finalmente vai começar a ceder por lá. Caso a expectativa se confirme, embora a inflação siga elevada nos Estados Unidos, uma desaceleração da alta dos preços se somaria à melhora das condições do mercado de trabalho para sinalizar que os temores de recessão são menores do que se imaginava.
Isso abriria espaço para que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantenha uma alta de juros mais agressiva com vistas ao controle da inflação.
Já outra parte dos analistas de mercado, temem que a melhora do mercado de trabalho bem acima da projetada, tenha gerado combustível e alimentado os preços.
Além das preocupações com a recessão nos EUA, ontem ainda saiu o número de inflação ao produtor e ao consumidor da China. Devido ao fuso horário, até o fechamento desta coluna os dados ainda não eram conhecidos. No início da semana, os números da balança comercial chinesa animaram, afastando — ainda que temporariamente — o risco de recessão.
A importância destes números é que caso as duas maiores economias do mundo estiverem sob controle aparente, os investidores elevarão o apetite ao risco. A ver.
18 | Juro sozinho não será suficiente |
11 | Os juros subirão ainda mais? |
4 | A realidade se impõe |
27 | Aluguel sem fiador ou seguro-fiança? Conheça o TD Garantia |
13 | A ótica dos dividendos |
6 | Caminhos opostos |
25 | Corte de juros nos EUA é benéfico, mas não resolve tudo |
18 | O que esperar de mais uma Super Quarta? |
11 | Depois da farra sempre vem alguma ressaca |
4 | A ilusão da notícia |
28 | Perspectivas para as taxas de juros |
21 | Recorde no Ibovespa |
14 | Um novo paradigma a caminho? |
7 | Pânico nos mercados globais. Existe razão para tamanha histeria? |
31 | Agronegócio é alternativa para investidores |
24 | Economia brasileira com crescimento sustentável ou voo de galinha? |
10 | Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos |
3 | Segunda metade do ano |
26 | Bolsa tem boas oportunidades para os pacientes |
19 | Conservadorismo necessário |
12 | Juros e inflação nos EUA definirão rumo dos mercados no curto prazo |
5 | Nosso dilema do prisioneiro |
29 | Como a desancoragem das expectativas atrapalha a queda dos juros no Brasil |
22 | Debêntures incentivadas em evidência |
15 | Bolsa barata basta? |
8 | Conservadorismo e cautela |
1 | O mal não falado |
27 | Não chegue no fim da festa |
20 | Super Quarta quente |
13 | Reserva de valor: até onde vão o ouro e o bitcoin? |
6 | Petrobras e seu recorde de valor de mercado |
28 | Petróleo: a principal commodity |
21 | Investimentos inteligentes: planeje sua viagem dos sonhos |
7 | Como vencer o medo de investir? |
31 | Aquela velha roupa vermelha |
24 | 2024 é ano de eleições. A mais importante não será no Brasil |
17 | Commodities em baixa |
10 | Ressaca pós-virada? |
20 | Dicas para controlar os gastos de fim de ano |
13 | Última Super Quarta do ano |
6 | Lições valiosas de Charlie Munger |
26 | Comprar imóvel ou investir em fundos imobiliários? |
19 | Em busca de um porto seguro |
12 | Mais pra cá do que pra lá |
5 | Como investir com foco no longo prazo no Brasil? |
15 | Como saber se uma ação está cara ou barata? |
8 | Investir é um teste de resiliência |
1 | Semana dos Bancos Centrais |
21 | Renda fixa segue como “queridinha” em 2023 |
14 | Menino ou adulto Haddad? |
7 | Fuja dos golpes: não se deixe levar por promessas de dinheiro fácil |
26 | Benefícios do planejamento sucessório: conheça mais! |
19 | Quais os riscos de investir em FIIs? |
13 | Viver de renda? Confira o passo-a-passo para chegar lá! |
31 | Contra o consenso |
24 | BTG lança plataforma cripto |
17 | Preparado para as propagandas eleitorais? |
3 | Preparados para o mês de agosto? |
27 | A proteção ficou mais cara, mas continua essencial |
20 | Fundos imobiliários X Imóveis |
13 | Renda fixa continua atraente. Mas e a bolsa? |
6 | Cenário macro para 2º semestre |
25 | Uma boa notícia para os fundos imobiliários |
18 | O médico e o monstro |
11 | O fim da era do dinheiro de graça |
4 | A maré baixa mostrará quem está nadando pelado |
27 | Todos os caminhos levam à inflação |
20 | O alerta vem da China, "de novo" |
13 | Insurtechs? Esse seguro está diferente |
6 | Consórcio é mais vantajoso que outras aplicações financeiras? |
30 | Irmãos a obra: análise de balanços |
23 | Com qual frequência você muda de opinião? |
15 | A Super-Quarta |
9 | Mulheres: com toda crise, uma oportunidade |
2 | Investindo em tempos de guerra |
23 | A sorte está lançada |
16 | Value investing is back |
9 | Mudanças e algumas tensões no ar |
2 | A política monetária brasileira sob os holofotes |
26 | NF Notícias estreia coluna de economia com Paulo Nascimento Filho |
Seja o Primeiro a Comentar
Comentar