Na última coluna do mês, termino feliz a minha proposta de auxiliar o investidor sobre onde investir no 2º semestre. Consegui abordar o cenário macro, a renda fixa, a renda variável, os fundos imobiliários, além dos imóveis. O leitor freqüente pôde acompanhar e caso tenha perdido alguma, basta pesquisar as colunas de julho no arquivo ao lado.
Chovendo no molhado, na coluna de 29 de junho, abordei sobre o dólar. A moeda norte-americana e o ouro podem ser classificados como defensores de seus investimentos dos ataques especulativos. Mesmo no cenário atual, com o dólar volátil.
Existe uma máxima no mercado de sempre ter dólar na carteira. Já no caso do ouro, talvez seja o caso de repensar neste momento. Porém com a renda fixa pagando dois dígitos aqui no Brasil, você deve se perguntar por que deveria investir em dólar. Para explicar, é mais fácil voltarmos um pouco no tempo.
Em 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o mundo vivia uma pandemia da até então desconhecida Covid-19, os mercados entraram em pânico. Os investidores então procuraram ativos seguros. E a moeda norte-americana é um deles, ao lado do ouro e dos títulos públicos dos Estados Unidos, os chamados Treasuries.
Aqui no Brasil vemos uma valorização do dólar sempre que temos momentos de estresse. Mas o começo da pandemia foi mais do que isso. O que ocorreu foi um choque extremo na economia mundial que provocou reprecificação em todos os ativos. E para onde correram os investidores? Você já sabe.
Dito isso, mais do que obter ganhos investindo em dólar, a razão de ter parte dos seus investimentos atrelados à moeda americana é de protegê-los de eventuais choques internos ou externos. É assim que trabalham os grandes gestores.
Lá no início da pandemia, os bancos centrais de todo o mundo adotaram medidas para prover liquidez e reduzir os impactos na economia. Em nosso país, os juros chegaram à mínima histórica de 2% ao ano, e proteger o patrimônio por meio do câmbio tinha um custo muito baixo. Conforme a vacinação contra a Covid-19 foi avançando e tornando possível a reabertura econômica, o excesso de demanda colidiu com o choque de oferta e provocou efeitos inflacionários no mundo todo.
Agora, os bancos centrais estão na mão inversa do começo da pandemia, subindo os juros para desaquecer a economia. Dessa forma, os investimentos em títulos de dívida do governo acabam se tornando mais vantajosos. Entra em campo o conceitual custo de oportunidade: quanto você está deixando de ganhar na renda fixa para investir em dólar? Hoje é possível encontrar Certificados de Depósitos Bancários (CDB's) com remuneração próxima de 9% ao ano acima da inflação, como do BTG - o maior banco de investimento da América Latina, sendo que o único esforço do investidor é carregar o ativo até o vencimento.
Então por que investir em dólar? Pela diversificação. É interessante também medir quanto da sua cesta de consumo está atrelada ao dólar. Seja por viagens ao exterior, seja por bens importados. Sem contar que o segundo semestre deverá trazer volatilidade pelas eleições presidenciais. Mais uma proteção do chamado risco Brasil.
Uma maneira simples de investir em dólar é por meio de fundos cambiais. Nesse caso, o ideal é aplicar nos produtos com a menor taxa de administração possível como o BTG Dólar.
Além do dólar, o ouro também é considerado um ativo seguro. No começo da pandemia, muitos fundos de ouro ficaram famosos por ganhos consideráveis, mas esse é um investimento que divide opiniões. Costuma-se dizer que o ouro é uma proteção para a inflação. Especialistas porém alegam tratar de proteção para Bancos Centrais lenientes com a inflação. Tanto é que o ouro viveu seu melhor momento quando o Federal Reserve (Fed - o banco central dos EUA) parecia estar menosprezando a inflação. Agora com a subida dos juros por lá, estamos vendo a cotação do ouro desandar.
Importante pontuar também que no ouro sequer existe uma remuneração na forma de juros. Ou seja, o rendimento depende apenas da valorização do metal. Historicamente existe grande correlação com o juro real. Com o juro subindo, o ouro acaba perdendo parte de sua atratividade.
A alocação no exterior, seja via BDRs (Brazilian Depositary Receipts) ou ações gringas, também tende a ser interessante para quem busca diversificação da carteira, redução de riscos e mais oportunidades de investimento. Algo que facilitou muito a vida nos últimos anos é o acesso facilitado aos BDRs: segundo levantamento feito pela Economatica, a bolsa brasileira conta atualmente com 847 ativos do tipo, a maior parte deles de companhias americanas.
Entretanto, o ambiente macroeconômico exige um melhor entendimento e facilidade de leitura dos cenários. Às vezes, nem mesmo os melhores analistas de mercado dão conta de compreender o que virá a seguir. Logo, a tarefa do investidor pessoa física não é trivial — e é preciso ter consciência disso. Quem agüentar os trancos do mercado pode ser recompensado no futuro, especialmente porque, apesar do momento macroeconômico desafiador, muitas empresas mantêm seus fundamentos.
Neste contexto, as empresas de commodities são uma proteção natural. Resultados passados não garantem resultados futuros, mas ainda assim pode ser interessante saber como alguns BDRs se comportaram ao longo do primeiro semestre do ano. Abaixo os 5 BDRs com melhor desempenho até aqui, lista dominada pelas empresas de óleo e gás:
Empresa |
País |
Código |
Retorno no 1º semestre |
Occidental Petroleum |
EUA |
OXYP34 |
91,81% |
Valeo Energy |
EUA |
VLOE34 |
43,06% |
Exxon Mobil |
EUA |
EXXO34 |
34,34% |
Unum |
EUA |
U1NM34 |
30,17% |
Marathon |
EUA |
M1PC34 |
28,87% |
Levantamento: Economatica
29 | Primeira Super Quarta do ano |
22 | Donald Trump retorna à Casa Branca |
8 | Animados para 2025? |
18 | Juro sozinho não será suficiente |
11 | Os juros subirão ainda mais? |
4 | A realidade se impõe |
27 | Aluguel sem fiador ou seguro-fiança? Conheça o TD Garantia |
13 | A ótica dos dividendos |
6 | Caminhos opostos |
25 | Corte de juros nos EUA é benéfico, mas não resolve tudo |
18 | O que esperar de mais uma Super Quarta? |
11 | Depois da farra sempre vem alguma ressaca |
4 | A ilusão da notícia |
28 | Perspectivas para as taxas de juros |
21 | Recorde no Ibovespa |
14 | Um novo paradigma a caminho? |
7 | Pânico nos mercados globais. Existe razão para tamanha histeria? |
31 | Agronegócio é alternativa para investidores |
24 | Economia brasileira com crescimento sustentável ou voo de galinha? |
10 | Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos |
3 | Segunda metade do ano |
26 | Bolsa tem boas oportunidades para os pacientes |
19 | Conservadorismo necessário |
12 | Juros e inflação nos EUA definirão rumo dos mercados no curto prazo |
5 | Nosso dilema do prisioneiro |
29 | Como a desancoragem das expectativas atrapalha a queda dos juros no Brasil |
22 | Debêntures incentivadas em evidência |
15 | Bolsa barata basta? |
8 | Conservadorismo e cautela |
1 | O mal não falado |
27 | Não chegue no fim da festa |
20 | Super Quarta quente |
13 | Reserva de valor: até onde vão o ouro e o bitcoin? |
6 | Petrobras e seu recorde de valor de mercado |
28 | Petróleo: a principal commodity |
21 | Investimentos inteligentes: planeje sua viagem dos sonhos |
7 | Como vencer o medo de investir? |
31 | Aquela velha roupa vermelha |
24 | 2024 é ano de eleições. A mais importante não será no Brasil |
17 | Commodities em baixa |
10 | Ressaca pós-virada? |
20 | Dicas para controlar os gastos de fim de ano |
13 | Última Super Quarta do ano |
6 | Lições valiosas de Charlie Munger |
26 | Comprar imóvel ou investir em fundos imobiliários? |
19 | Em busca de um porto seguro |
12 | Mais pra cá do que pra lá |
5 | Como investir com foco no longo prazo no Brasil? |
15 | Como saber se uma ação está cara ou barata? |
8 | Investir é um teste de resiliência |
1 | Semana dos Bancos Centrais |
21 | Renda fixa segue como “queridinha” em 2023 |
14 | Menino ou adulto Haddad? |
7 | Fuja dos golpes: não se deixe levar por promessas de dinheiro fácil |
26 | Benefícios do planejamento sucessório: conheça mais! |
19 | Quais os riscos de investir em FIIs? |
13 | Viver de renda? Confira o passo-a-passo para chegar lá! |
31 | Contra o consenso |
24 | BTG lança plataforma cripto |
17 | Preparado para as propagandas eleitorais? |
10 | Um pouco de previsibilidade |
3 | Preparados para o mês de agosto? |
20 | Fundos imobiliários X Imóveis |
13 | Renda fixa continua atraente. Mas e a bolsa? |
6 | Cenário macro para 2º semestre |
25 | Uma boa notícia para os fundos imobiliários |
18 | O médico e o monstro |
11 | O fim da era do dinheiro de graça |
4 | A maré baixa mostrará quem está nadando pelado |
27 | Todos os caminhos levam à inflação |
20 | O alerta vem da China, "de novo" |
13 | Insurtechs? Esse seguro está diferente |
6 | Consórcio é mais vantajoso que outras aplicações financeiras? |
30 | Irmãos a obra: análise de balanços |
23 | Com qual frequência você muda de opinião? |
15 | A Super-Quarta |
9 | Mulheres: com toda crise, uma oportunidade |
2 | Investindo em tempos de guerra |
23 | A sorte está lançada |
16 | Value investing is back |
9 | Mudanças e algumas tensões no ar |
2 | A política monetária brasileira sob os holofotes |
26 | NF Notícias estreia coluna de economia com Paulo Nascimento Filho |
Seja o Primeiro a Comentar
Comentar