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Há empresas inovadoras na região?


  • Inovação e Negócios
  • 14 de Junho de 2022 | 07h30
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Ao longo da minha vida profissional, tenho atuado como gestor e consultor em muitas empresas. De uma década para cá, além da área de estratégia de negócios, a inovação também se juntou ao meu grupo de temas de interesse. Neste contexto, conheci pessoas que são expoentes na área e colaboram, verdadeiramente, para estruturar um ecossistema de inovação e empreendedorismo em nosso território. Quando recebi o ilustre convite para escrever esta coluna semanal, não tive dúvidas em propor que a temática envolvesse, além dos negócios da região, a pauta da inovação, tão importante para o desenvolvimento local.

Inovação não é algo simples de se produzir, mas, por outro lado, promove diferencial competitivo para as empresas, porque possui potencial de gerar valor aos negócios.

E na região, há empresas inovando? Muito pouco. Ainda impera o paradigma dos negócios tradicionais e a aversão ao pseudorrisco à mudança. Na verdade, me parece que, nesse contexto, o maior risco é o da apatia empresarial.

Existe, no território, um ecossistema em formação com muitas oportunidades para as empresas inovarem. Podemos citar os Núcleos de Inovação das Universidades, a TEC – Incubadora Tecnológica, Polo de Inovação do Instituto Federal Fluminense, que abriga uma unidade EMBRAPII e possui recursos para fomento a projetos. Até mesmo o SEBRAE oferece um mecanismo de apoio à inovação (SEBRAETEC), que é relativamente subutilizado. Então, se os atores estão postos, o que falta para a inovação se tornar estratégica em nossas empresas?

Essa tem sido uma pergunta constante quando o debate tangencia temáticas como a inovação e o empreendedorismo. Não temos cultura de inovação. E como podemos desenvolvê-la? Não há fórmula mágica para isso e para tantas outras questões que podem contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região. No entanto, o desenvolvimento de uma cultura voltada para a inovação e o empreendedorismo deveria, em tese, iniciar a partir de reformulação da educação básica. Percebo como não muito produtiva, simplesmente, a inclusão de matérias e/ou projetos pontuais ligados a essas temáticas para as crianças, quando, atualmente, a maior parte não consegue sair da escola bem alfabetizada e capaz de fazer os cálculos mais básicos; tampouco seria razoável realizar comparações com práticas de escolas particulares às quais a minoria da população tem acesso.

Ações em todos os níveis me parecem importantes para alavancar o desenvolvimento da região, mas soa desmedida uma atuação estruturante, neste contexto, que não contemple, em primeiro plano, uma mudança disruptiva na forma de perceber e conduzir a educação básica para a transformação socioeconômica.

Obviamente, não se pretende esgotar o assunto, mas, se conseguirmos realizar provocações para um debate construtivo, já teremos alcançado êxito no propósito desta coluna. Vamos juntos. Sugestões serão bem-vindas.

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