Vejo com muita preocupação esse movimento da oposição na Câmara Municipal de Campos em judicializar as questões de competência do Poder Legislativo, por não concordar com o que está disciplinado no próprio regimento interno da Casa de Leis.
Esse movimento, é perigoso, e hoje vivemos um momento nebuloso na política brasileira, e em Campos não poderia ser diferente. A população tem acompanhado quase que diariamente através da imprensa, as constantes interferências entre os poderes, inclusive as decisões polêmicas do STF.
Essas interferências, colocam em risco o “devido processo legislativo” que precisa ser garantido sob o manto do princípio da separação entre os poderes.
Enquanto outras Casas Legislativas tentam conter o ativismo do judiciário no legislativo, em Campos os vereadores da oposição fazem o inverso e entram na contramão.
Diante dos vários princípios existentes em um Estado Democrático de Direito, a separação dos poderes é um dos que mais se destacam para o sucesso de um governo democrático. Existem situações, legitimadas constitucionalmente. Porém, essas interferências provocadas pela oposição, é um grande risco ao devido processo legislativo, a Câmara tem o seu próprio regimento para disciplinar as suas atividades.
Na última quarta-feira 1º de junho, após a Câmara arquivar o processo de destituição dos cargos dos vereadores Fábio Ribeiro (presidente) e Juninho Virgílio (vice-presidente). Os parlamentares da oposição prometeram novamente recorrer ao judiciário, na tentativa de reverter a decisão da Casa, e assim buscar a interferência do judiciário em questões que caberiam apenas ao legislativo.
Faz parte do jogo democrático a possibilidade de acionar o judiciário a respeito da constitucionalidade de leis e atos normativos. No entanto, a possibilidade de bater às portas da justiça não representa autorização para transferir para o Judiciário a decisão de questões políticas.
O embate que os políticos devem travar é no plenário, e não na Justiça. A oposição tem buscado um caminho que fere o princípio democrático que é se abdicar da articulação política para se dedicar a fazer política no Judiciário.
E cabe ao Judiciário rejeitar este tipo de manobra e assim garantir o devido processo legislativo.
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