O abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é algo ainda muito subnotificado quando comparado a outros tipos de violência. Uma das maiores dificuldades que encontramos no combate a esse tipo de violência é a quebra do silêncio. A maioria dos abusos ocorre no espaço familiar, ou comunitário, isto é, os abusadores são pessoas que deveriam proteger a criança, e ainda muitos não deixam indícios de violência física, ou qualquer outra marca.
O fato do abusador ser alguém do convívio familiar e que estabelece uma relação de confiança, faz com que o silêncio prevaleça, por meio de ameaças, ou benefícios, seja materiais, ou através de brincadeiras, criando uma relação de dominação e submissão.
O abuso sexual também ocorre sem contato físico, segundo ABRAPIA (2002), manifesta-se de forma verbal, em conversas que tem por finalidade despertar o interesse sexual na criança, ou por meio de telefonemas, que acabam provocando ansiedade na criança. A falta de comunicação entre os membros da família pode contribuir para a dinâmica de violência.
No dia 18 de Maio de 1973, Araceli Cabrera Crespo de 08 anos, foi raptada, drogada, estuprada e assassinada, no estado do Espirito Santo. Os suspeitos foram presos, levados a julgamento, porém foram absolvidos e o processo arquivado. Por este motivo o dia 18 de Maio tornou-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Este tipo de violência pode afetar o crescimento de crianças e adolescentes de várias maneiras, podendo desenvolver graves problemas emocionais, sociais ou psiquiátricos, sendo capaz de causar inúmeras patologias, como: depressão, transtornos alimentares, transtorno de estresse pós-traumáticos, transtornos de ansiedade, entre outros. Podendo deixar na criança um conjunto de sequelas durante a formação da sexualidade e dos vínculos afetivos.
Além da importância de quebrar o silêncio e incentivar a comunicação dos membros da família, ensinar as crianças a identificar os comportamentos manipuladores e coercivos é fundamental para combater esse tipo de violência. Não somente dizer não ou simplesmente fugir, é importante ensinar a criança se proteger e a quem ela pode pedir ajuda, aprendendo a reconhecer as variadas situações abusivas.
Então lembre-se: Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes. Se você tiver suspeita ou conhecimento de alguma criança ou adolescente que esteja sofrendo violência, denuncie, disque 100.
Um grande abraço, até a próxima postagem.
Sérgio Alexandre Sá
Psicólogo
CRP 05/58383
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