Desde o retorno dos trabalhos da Câmara de Campos após o recesso parlamentar se passaram duas semanas e assunto é apenas um: quem vai ser o presidente do Legislativo no biênio 2023/2024? Líder da oposição, Marquinho Bacellar (SD) chegou a ser proclamado como vencedor em uma polêmica votação por 13 votos a 12, no dia 15 de fevereiro, com uma rasteira de Maicon Cruz (PSC) na base governista no apagar das luzes e a união dos grupos dos antigos desafetos Caio Vianna (PDT) e Rodrigo Bacellar (SD). No dia seguinte, o atual presidente Fábio Ribeiro (PSD) suspendeu o pleito para análise de dois recursos protocolados pelos governistas que contestavam o resultado. Nesta quinta-feira (24), a Mesa Diretora acatou um dos processos e anulou a eleição.
Fábio tentou dar prosseguimento à pauta com outros assuntos importantes, mas a oposição prometeu esvaziar as sessões enquanto não for colocado em votação os demais cargos da Mesa Diretora. Com maioria, o grupo conseguiu o objetivo e a semana foi novamente infrutífera no Legislativo. A tendência cada vez maior é de que a resolução do problema seja na Justiça, como prometeu Marquinho Bacellar.
Na prática, qual tem sido o preço de tantas alianças e articulações políticas em busca do poder? Bem, para a população está custando bem caro porque o que verdadeiramente importa para a cidade, que são projetos e leis, sequer estão tramitando por causa de toda esta confusão.
Bola da vez
O recurso acolhido pela Mesa Diretora para anular a eleição de Marquinho Bacellar tem como base o argumento de que o vereador Nildo Cardoso (PSL) não foi chamado para votar, o que fere o Regimento da Casa, que determina a votação nominal dos parlamentares. Ao NF Notícias, Nildo repudiou a decisão de Fábio Ribeiro e falou em abuso de autoridade. Para recuperar maioria na Casa, o governo precisaria fazer alguém da oposição mudar de lado, mas quem seria a bola da vez? Nildo é categórico: “É mais fácil eles perderem do grupo deles um vereador, do que levar um nosso para reverter o resultado da votação”.
Vai e vem da oposição
Também é importante analisar os movimentos de algumas peças nesse xadrez. O secretário estadual de Governo e deputado licenciado Rodrigo Bacellar começou a pré-campanha a prefeito em 2020 ao lado de Caio Vianna, mas romperam relações. No segundo turno da eleição municipal, vereadores ligados ao grupo de Bacellar, como Helinho Nahim (PTC), Rogério Matoso (DEM) e Igor Pereira (SD), apoiaram Wladimir Garotinho (PSD) contra Caio Vianna. Além dos três, citados como exemplo, iniciaram a atual legislatura na base governista sem ter sido eleitos pelo grupo de Wladimir os vereadores Anderson de Matos (Republicanos), Bruno Vianna (PSL), Fred Machado (Cidadania), Leon Gomes (PDT), Luciano Rio Lu (PDT), Marcione da Farmácia (DEM), Marquinho do Transporte (PDT), Nildo Cardoso (PSL), Raphael Thuin (PTB) e Silvinho Martins (MDB).
Marcione vai pular do barco?
Com a exceção de Leon, Marcione e Silvinho, todos os demais se moveram novamente, em apenas um ano, de volta para a oposição, e se juntaram a Maicon Cruz (PSC), eleito com apoio da família Garotinho. Esse movimento capitaneado por Bacellar causou um verdadeiro terremoto e abalou as estruturas da base governista. E refaço o questionamento: qual será o preço desse vai e vem? Muito caro para a população, com certeza. E, nos bastidores, as informações são de que Marcione da Farmácia pode ser que esteja sendo assediado para também pular de barco novamente.
De olho
Para finalizar, mais um ponto para a gente ficar de olho: a oposição registrou uma queixa-crime na 134ª Delegacia do Centro contra Fábio Ribeiro por abuso de autoridade e já tem vereador pensando em acionar o Ministério Público para investigar possíveis tentativas de interferências de Rodrigo Bacellar na condução do inquérito. A conferir as cenas dos próximos capítulos.
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