A nova coluna “Olhar Econômico” do NF Notícias, vai falar do “Mundo dos Negócios”, mercados e economia em geral, com uma linguagem fácil, acessível e inclusiva. Trazer informação e conhecimento para que todos possam tomar as melhores decisões em seus negócios e principalmente, em suas vidas.
O desejo é manter relacionamento estreito com o leitor para que ele faça parte da coluna, sugerindo, pautando e criticando também, por que não?
Quem assina a coluna “Olhar Econômico” é Paulo Nascimento Filho. Formado em Administração pelo IBMEC, apaixonado por conectar pessoas ao universo das finanças e dos negócios. Trabalhou durante 12 anos no mercado. Atualmente ele é CEO da Corrêa Nascimento – Decisões de Valor.
“Sempre acreditei na possibilidade de melhorar o mundo por meio do desenvolvimento das pessoas. Informação faz com que melhores decisões sejam tomadas, gerando satisfação e felicidade. Assim, pessoas tratam melhor seus parceiros de negócios, que consequentemente tratam melhor suas famílias e a comunidade em que convivem”.
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Olhar Econômico – Semana 24/01 a 28/01
A semana está agitada nos mercados, marcada principalmente pela primeira reunião de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos em 2022. A inflação por lá está alta, o que provoca ansiedade entre os agentes financeiros sobre um possível incremento de juros na terra do Tio Sam. Juros mais atrativos por lá, geraria uma corrida dos investidores para compra de títulos norte americanos - tidos como mais seguros – e como consequência, realização nos demais mercados.
Desta forma, lá fora, os mercados optam principalmente por um tom negativo em meio a estas preocupações. Temos ainda instabilidade política na Itália, que começa seu processo eleitoral e ainda o Reino Unido, pode perder seu primeiro-ministro, e a Ucrânia, com o risco de ser invadida.
Já aqui no Brasil, acompanhamos essa dinâmica internacional. Para a semana, o destaque é para o IPCA-15 e dados do mercado de trabalho. Esta também será a última de recesso do Congresso Nacional, que volta ao trabalho na próxima terça-feira (02/02), podendo trazer um ingrediente adicional de volatilidade para os mercados.
Pudemos observar neste primeiro mês de 2022 que tudo o que é ligado a tecnologia, inclusive as criptomoedas, estão com um início de ano complicado. O Nasdaq, índice pesado em tecnologia, chegou a cair mais de 10% em relação ao pico de novembro passado. Veja bem, juro mais alto, quando aplicado sobre empresas que geram lucro só lá na frente, diminui sensivelmente seus preços justos. Um conjunto de fluxos de caixa muito no futuro, quando descontados a valor presente por um custo de capital maior, é mais penalizado do que um conjunto de fluxos de caixa próximos.
A verdade é que o mercado ainda subestima o aperto monetário a frente. Devido a pandemia, nos acostumamos a juros baixos e liquidez abundante. Governos imprimiram dinheiro para atravessarmos este período, mas como consequência, a inflação tornou-se uma realidade. Você provavelmente sente isso nas suas compras.
E quem é que sabe como será o mundo daqui pra frente? O investidor precisa estar preparado. Se houver uma grande mudança do fluxo de capitais global, alguém vai pegar o que anteriormente estava com “excesso” em tecnologia e criptomoedas. Mercados emergentes, sobretudo aqueles que performaram mal nos últimos anos, podem sair vendedores. Um eventual estouro da bolha tech pode trazer um novo significado ao complexo de vira-latas. O Brasil tem seu valor? Em ano eleitoral?
Em resumo, a tese é de “it’s value time”. Vendemos promessas de resultado futuro, para comprar o que é bom e barato. Bancos, commodities, shoppings e indústrias. Bem-vindo de volta ao mundo real.
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