Ninguém nega que a prefeita Carla Machado é uma grande liderança política no Norte Fluminense e, principalmente, em São João da Barra, onde exerce o quarto mandato à frente do Executivo. Ninguém chega a essa marca por acaso. No entanto, existe um momento em que o município precisa olhar para frente e caminhar com suas próprias pernas para a mudança. E este momento é agora. Com arrecadação em alta e um empreendimento do tamanho do Porto do Açu, a cidade tem desperdiçado uma oportunidade de ouro de se desenvolver por causa de comodismo político.
Depois de tanto tempo com a mesma administração, é até natural que a prefeita se acomode em uma zona de conforto perigosa. Andando pelas ruas, é notório que São João da Barra sofre com a falta de infraestrutura básica. No balneário de Grussaí, um dos principais destinos turísticos da região, são várias ruas sem calçamento, galeria de águas fluviais e de saneamento básico. Cena que se repete em diversos outros pontos.
São João da Barra tem apenas 36,7 mil habitantes, segundo a última estimativa do IBGE, e uma arrecadação de fazer inveja a grande maioria dos municípios brasileiros. Mas o que a população tem de retorno? Muito pouco. Não tem um grande hospital, saneamento e infraestrutura de qualidade.
Segunda maior arrecadação
De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), com base em 2019, São João da Barra é o segundo município do Rio de Janeiro com maior arrecadação per capita, com R$ 12,5 mil, atrás apenas de Maricá. Isso quer dizer que SJB é vice-campeã no ranking estadual de receita proporcional pela quantidade de habitantes. E para onde está indo esse dinheiro? Além disso, Campos tem sido um exemplo de parcerias e a cidade parece uma ilha isolada.
Município não aderiu à concessão da Cedae
Um exemplo desse isolamento e da falta de vontade política é a questão do saneamento e abastecimento de água, um problema crônico do município. No verão, é comum as torneiras secarem e ainda tem o risco de contaminação porque em Grussaí, por exemplo, grande parte das casas possuem poços artesianos e fossas. Mas, na esteira do leilão da Cedae, o Governo do Estado deu oportunidade a todas cidades a aderirem à concessão do serviço, o que vai melhorar a qualidade e injetar investimentos importantes. A vizinha São Francisco de Itabapoana aderiu logo na primeira oportunidade, mas São João da Barra... Nada.
Bonde está passando
Por essas e outras, a administração dar um ar de comodismo e a população precisa ter consciência para pensar no melhor para o futuro do município. Está na cara que é necessário ter renovação, oxigenação, novas ideias e mais vontade de mudar para melhor a vida do cidadão são-joanense. Além da arrecadação em alta, o Porto do Açu é uma oportunidade única. E muitas pessoas que trabalham lá optam por morar em Campos justamente por causa da falta de estrutura. Se esse bonde passar, como já está passando, vai ser difícil embarcar no futuro.


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