O que adiantar ter graduação, ler muitos livros e saber a tabuada inteira se não há educação? Já falei aqui em outras oportunidades sobre a picuinha política entre o deputado estadual licenciado e secretário estadual de Governo Rodrigo Bacellar e o prefeito Wladimir Garotinho. Picuinha esta que já colocou o município próximo de caos total, com a massiva campanha de vereadores do grupo de Bacellar contra o pacote de austeridade apresentado pelo Executivo para aumentar a receita própria e sinalizar ao TCE o compromisso em mudar a realidade financeira da administração pública. A Prefeitura apresentou uma proposta de Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) para conseguir voltar a pagar os servidores com o dinheiro dos royalties do petróleo. A maior parte do pacote foi aprovado, mas importantes trechos nem chegaram a ser votados por causa da confusão causada pelo grupo de parlamentares. Até o governador Cláudio Castro interviu e anunciou um “tratado de paz” entre Bacellar e Wladimir.
Na prática, nunca houve paz entre as partes. E, se já não bastasse colocar o futuro do município no meio dessa briguinha, o desentendimento entre as duas principais lideranças locais chegou a um dos níveis mais baixos que vi recentemente na política campista. Nas redes sociais, Bacellar postou ofensas à família de Wladimir e até insinuações de relações extraconjugais da primeira-dama. Hoje em dia, ninguém além dos puxa-saco de plantão aguenta mais esse tipo de coisa e os eleitores estão atentos.
Convidado Oculto
Tudo começou depois que Bacellar publicou fotos de um encontro que teve com políticos e lideranças da cidade. Entre os presentes, estavam vereadores que ajudaram na tentativa de incendiar o município contra as medidas de austeridade. Outro convidado, mas que ficou oculto nas fotos das redes sociais, foi o ex-prefeito Rafael Diniz, que deixou o Executivo com alta taxa de rejeição. Por qual motivo será que Diniz foi escondido publicamente? Como realmente nunca houve paz entre os dois aliados do governador, Wladimir aproveitou, sem citar Rodrigo, para cutucar o adversário e falar sobre a presença de Rafael.
Desnecessário
Era natural de se esperar uma resposta de Rodrigo Bacellar. Ela veio, mas o secretário de Governo perdeu a mão e mostrou total falta de educação. Na nota, ele também menospreza Wladimir ao afirmar o seguinte: “Tenho diploma de graduação, pós-graduação, profissão e inscrição na OAB... Não posso ficar aceitando críticas de uma pessoa que nunca leu um livro sequer, que acho que não deve saber nem a tabuada de sete”. Já seria infeliz apenas por isso, mas foi além e chegou ao ponto de atacar a família do prefeito, insinuando que teria havido um caso extraconjugal entre a primeira-dama e Rafael Diniz. Ora, para que serve tanta educação, diplomas e capacidade intelectual? As críticas são normais na política e a educação é para ser usada também nestes momentos. Ainda mais envolvendo família. Muito triste.
Tréplica
Na tréplica, Wladimir Garotinho chamou o adversário de frouxo e afirmou que não vai admitir falarem de sua família. “Ofender a minha esposa com insinuações maldosas e ataques machistas mostra o quão desprezível é o atual secretário estadual de Governo. Uma pena que o governador do RJ mantenha na sua ante sala um cidadão tão mau caráter. Me encare seu frouxo, mas não vai tocar na minha família”.
Procuramos independência
Em tempo, antes de encerrar o texto, é preciso registrar que entre os vereadores presentes no encontro com Bacellar estão aqueles do autointitulado grupo “independente”, aqueles que romperam com o governo, mas não admitiam estar na oposição. A canção diz: “Procuramos independência; Acreditamos na distância entre nós”. Quem acredita na distância entre esses parlamentares e Bacellar, que lidera a oposição? Fica o questionamento.
Por: Cleyton Lacerda
1 Comentário
Comentar