As críticas são fundamentais para qualquer governo, seja em âmbito municipal, estadual ou federal. Não há boa administração formada apenas por bajuladores. Por outro lado, o eleitor precisa estar muito atento a quem se veste com o escudo da oposição para criticar com interesses questionáveis. A crítica puramente pela crítica, sem nenhum fundamento técnico e com motivação política, pode ajudar a afundar ainda mais o município de Campos. E a quem isso interessa? Com certeza, não é à população e tão pouco ao setor produtivo, que mais sofrem na ponta dos problemas de uma cidade sem capacidade de investimentos.
Desde o momento que a prefeitura campista passou a receber vultuosos valores oriundos dos royalties do petróleo, se fala da preocupação sobre o futuro do município e da necessidade de investir em atividades para que a cidade não fosse tão dependente da exploração de um recurso natural finito. E o futuro chegou. Ele é agora. Com a decadência da Bacia de Campos e a descoberta do abundante pré-sal na Bacia de Santos, a era de ouro do petróleo na nossa região acabou. E o que os últimos governantes fizeram para preparar o município para este momento? Acho que todos sabem a resposta...
Desde que assumiu a prefeitura, Wladimir Garotinho tem mostrado grande capacidade de articulação política para buscar recursos estaduais e federais, com emendas parlamentares em Brasília, e que serão fundamentais para que Campos consiga dar um pontapé no aquecimento da economia. Assim como os royalties, essas verbas devem ser consideradas como dinheiro extra porque não há uma garantia de manutenção a médio e longo prazo. E o que o município tem de arrecadação fixa? São as receitas fixas, que foram esquecidas nas últimas administrações que se acomodaram com a abundância dos royalties.
Além do próprio trabalho de equilíbrio financeiro desde 1º de janeiro, Wladimir foi alertado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a necessidade de aumentar a arrecadação própria. Foi então que o prefeito enviou à Câmara um pacote de medidas de austeridade para a Câmara Municipal, incluindo uma reforma no Código Tributário e decretou mudanças no IPTU, com a cobrança retroativa de construções não informadas por proprietários de terrenos e imóveis desde 2013.
É claro que essas mudanças não podem acontecer repentinamente. Estamos em meio à pandemia de Covid-19, que já agravou a crise financeira anterior. São muitos anos de negligência com os recursos próprios do município e a cobrança de uma só vez de todo esse atraso seria uma pá de cal na já cambaleante economia campista. As atualizações nos impostos são amargas, mas necessárias. Todos devemos dar nossa parcela de contribuição se queremos ter uma cidade melhor no futuro, mas também temos que ficar atentos e não abrir mão do nosso poder de cidadãos para fiscalizar as decisões tomadas pelo poder público.
A necessidade de aumentar os recursos municipais é clara, mas uma parte dos vereadores de oposição ainda insiste na tática do “quanto pior, melhor”. Melhor para quem? Não para nós, cidadãos campistas. É fácil chegar na tribuna ou tentar usar o setor produtivo com o discurso contra o aumento de impostos. Mas quem será capaz de dar alguma solução prática para que a cidade saia desse buraco? “É preciso investir para que novas empresas se instalem e abram vagas de emprego”, é uma das frases que a gente mais ouve por aí. Mas como fazer isso? Questionei isso para alguns parlamentares, mas ninguém soube responder. Criticar por criticar em um momento que nos pede união só ajuda a atrapalhar. Se alguém tiver um modelo melhor, que fale. Aposto que o prefeito estará disposto a ouvir.
Aliás, ouvir e dialogar não tem sido nenhum problema para Wladimir Garotinho. Nesta semana, o prefeito se reuniu novamente com representantes da classe produtiva para debater as propostas de alterações na cobrança de impostos municipais. Não por acaso, após esse encontro, o presidente da CDL, José Francisco Rodrigues, elogiou a abertura do prefeito. Na ocasião, o prefeito anunciou a prorrogação do prazo para a contestação do IPTU extra, que agora vai até o dia 8 de outubro. Em outro exemplo, Wladimir também recebeu em seu gabinete, ao lado do deputado estadual Bruno Dauaire, empresários do ramo ceramista, e se comprometeu a resolver a questão da cobrança equivocada do IPTU de telheiros das indústrias, que são consideradas estruturas móveis. Dauaire também se comprometeu a buscar melhorias na área da segurança na Baixada Campista junto ao Governo do Estado.
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