Nos últimos dias, circulou nas redes sociais, o áudio de um homem, que seria pai do jovem Felipe Melo Almeida Martins, de 20 anos, que morreu após um acidente na BR-356, no distrito de Atafona, em São João da Barra. Para o pai, a falta de estrutura na unidade de emergência da cidade, foi o principal motivo para a morte do filho.
“Estou compartilhando esse áudio, pois sei que tem vários políticos nos grupos. Queria pedir aos políticos que olhassem com mais respeito para a Saúde de São João da Barra. O que adianta dizer que tem um Centro de Emergência? Meu filho morreu por questões de tempo. Se São João da Barra tivesse um hospital com suporte, meu filho estaria vivo. Ele foi daqui ao Ferreira Machado (Campos), sangrando. Se tivesse um hospital de responsabilidade aqui, ele não morreria”, emocionado, lamentou o pai.
O caso do jovem Felipe não é isolado. Frequentemente, vítimas de graves acidentes no município são encaminhadas para o Hospital Ferreira Machado, em Campos dos Goytacazes. Exemplo disso, é a idosa, identificada como Nilma Gonçalves Penha Maia, de 63 anos, que morreu no HFM, após um acidente na BR-356, por vez, no trevo do distrito de Grussaí, no dia 1º deste mês.
Há anos, a população sanjoanense questiona a Saúde do município. Em relatos encaminhados ao NF Notícias, populares afirmam que as gestões não investem na educação, segurança e o principal, na Saúde.
“Nossa Saúde não está funcionando. Pessoas estão desenvolvendo graves problemas por falta de diagnóstico. Exames e cirurgias levando meses e alguns até anos para serem feitos. Pessoas virando a noite em filas para pegar fichas de atendimento”, relatou Paulo Vieira, leitor sanjoanense.
Para Antônia da Conceição, a cidade gasta milhões com shows e obras com valores assustadores e a Saúde sanjoanense está agonizando na UTI – “A cidade cresceu com a vinda do Porto do Açu e a péssima estrutura da Saúde é a mesma. Só temos um prédio antigo da Santa Casa que não atende à demanda, passa ano e entra ano e são as mesmas promessas e pessoas continuam morrendo por falta de suporte”, disparou Antônia.
A Secretaria Municipal de Saúde lamenta a fatalidade ocorrida com o jovem Felipe Melo de Souza Braga Neto, 20 anos, vítima de um grave acidente de trânsito e afirma que o socorro e todo o atendimento foi realizado prontamente após comunicação e dentro do tempo-resposta sugerido pela portaria 2048, de 5 de novembro de 2002, que regulamenta os sistemas de atenção à urgência e emergência como "hora de ouro".
Felipe foi atendido pelo SAMU e RESGATE no dia 7de setembro na localidade de Atafona (próximo ao Salão de Festas Espaço dos Sonhos). Às 20h08 a equipe da central recebeu a solicitação via telefone para o atendimento, acionando o SAMU e RESGATE. O SAMU chegou ao local às 20h16 (4 minutos após saída da base) e encontrou o paciente com torniquete supra-patelar no MIE após amputação traumática pós-acidente grave de colisão entre motocicleta e carro. Este torniquete foi instalado por um médico ortopedista que estava passando pelo local. Às 20h20, a ambulância do Corpo de Bombeiros (CBMERJ) chegou ao local auxiliando a equipe do SAMU. Após 1 minuto, houve a chegada da equipe do Resgate para apoio. As três equipes auxiliaram na estabilização do acidentado, visto que o mesmo só poderia ser transportado após estabilização e o RESGATE conduziu o mesmo para atendimento no Hospital Ferreira Machado (HFM) – Hospital de referência para trauma na região norte Fluminense, ressaltando que é o único hospital que conta com uma equipe especializada de ortopedia vascular entre outras especialidades envolvidas na gravidade do acidente por 24 horas – saindo às 20h40 da cena do acidente e chegando ao HFM às 21h20. Na unidade referência a cirurgia foi concluída antes da meia-noite. Importante salientar a gravidade do acidente e do acidentado.
Todas essas informações foram extraídas do Registro de Atendimento Pré-hospitalar (RAFH) e segundo informações colhidas com os profissionais envolvidos nesta descrição e a Secretaria encontra-se à disposição para qualquer esclarecimento.
São João da Barra conta atualmente com um hospital contratualizado mediante convênio com a Santa Casa da Misericórdia com serviços de pediatria, ortopedia e clínica.
O Centro de Emergência se encontra em obra de reforma para melhorias da estrutura física.
Quanto às outras demandas necessitamos de informações concretas que especifiquem quais os atrasos e em quais procedimentos para que possamos prontamente responder.
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