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Patrimônio tombado é tratado como depósito de esgoto em Campos

Situação do Canal Campos-Macaé tornou-se alvo de denuncias


  • Cidades
  • 25 de Julho de 2018 | 12h23 | Por: comercial
 Fotos: Phelipe Soares / NF Notícias
Fotos: Phelipe Soares / NF Notícias

São 157 anos de inauguração com a construção marcada pelo esforço do trabalho escravo, chegou a ser tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e atualmente tornou-se local de despejo de esgoto. Essa é a realidade do Canal Campos-Macaé, que especialistas corrigem que não deve ser chamado de devido ao valor histórico.

O Canal foi a obra mais inovadora e ambiciosa da época. O objetivo era interligar as bacias do Paraíba do Sul, da Lagoa Feia e de Macaé. O problema começou quando o empreendimento perdeu a utilidade com o início das atividades das estradas de ferro. A partir daí o canal foi aproveitado para drenagem e despejo de esgoto.

As mudanças começaram, como a redução dos 100 quilômetros de extensão, já que ele não terminava perto do Mercado Municipal, mas no Rio Paraíba do Sul e era navegável. Apesar da empresa responsável pelo tratamento de esgoto de Campos, Águas do Paraíba, afirmar que o local está totalmente despoluído, moradores provam que a permanência de resíduos só aumenta.

O servidor público Paulo Fernando é um exemplo. “Há meses voltou o derramamento de esgoto aqui na frente da minha casa e o pior que a sede da empresa é aqui na frente. Os diretores sentem o cheio e não fazem nada, só sabem fazer mídia. A população está cansada de pagar uma taxa cara de esgoto e ver que ele está sendo jogado de forma in natura. Já fiz diversas reclamações pelo telefone, fui pessoalmente na empresa e eles dizem que vão verificar, mas nada muda. A limpeza ou despoluição do valão é uma maquiagem. Só fizeram no trecho da área central. Já o trecho do Parque Rosário até o Parque Aurora continua recebendo todo o esgoto do bairro. É muita sujeira e mato”, denunciou.

A Operação Esgoto Zero foi realizada no ano passado. O trabalho contou com o apoio do governo municipal e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

Em nota, a Conssessionária Águas do Paraíba informou que "Foi feita a limpeza  completa, retirada de todo o lixo, lodo e sujeira acumulada em seu leito há dezenas de anos, além de   eliminação de dezenas de lançamentos clandestinos de esgoto no Canal, inclusive utilizando robôs para descobrir e essa ligações num raio de cinco km  em várias ruas, da Carlos de Lacerda até a antiga Rede Ferroviária (incluindo toda a região da Pelinca). Também foi feita a completa  recuperação e restauração  do trecho central do canal. E novas fas s de extensão do trabalho já que são programadas. Entretanto, alguns  moradores em sua extensão e  feirantes e restaurantes no Mercado Municipal e imediações  continuam lançando Lixo, gordura  e resto de feira, móveis, eletrodomésticos... diretamente no canal.  A concessionária de saneamento - por ser empresa privada - não tem o "poder de polícia", ou seja fiscalizar e autuar os infratores. Só o Ministério Público pode fazer isso, assim como os órgãos estaduais (INEA, por exemplo) e a Prefeitura ( Posturas e Meio Ambiente, por exemplo.Está sendo promovida educação ambiental em torno do canal e  através de diversas palestras em escolas, instituições públicas e particulares, além de clubes de servico e pela mídia. O Canal Campos Macaé é um patrimônio público, histórico e cultural de todos os campistas. Portanto, a respondabilidad de preservá-lo e de toda a comunidad e suas instituições. Águas do Paraíba está fazendo a sua parte".

 

Fonte: Redação

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