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Protesto contra a educação estadual

Representantes dos colégios estaduais de Campos, como Liceu de Humanidades e General Dutra, se reuniram para debater e expor os problemas que enfrentam as unidades da rede.


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  • 07 de Março de 2016 | 12h08 | Por: Editor
 Foto: Lucas Gonçalves
Foto: Lucas Gonçalves

“Acreditamos que chegamos ao fundo do poço, e agora não tem mais volta. Ou o governo nos dá condições dignas, ou continuaremos na rua”. Esta declaração do dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj), traz a tônica do ato público realizado na manhã de ontem, na Pracinha do Liceu de Humanidades, centro de Campos.

Com organização da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), centenas de manifestantes -  entre professores e alunos -, se reuniram para protestar contra as condições precárias de toda a rede de ensino estadual. Presente no local, o vereador Rafael Diniz (PPS) se comprometeu a levar reivindicações à comissão de educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A data foi marcada por manifestações na educação de todo o Estado do Rio de Janeiro.

Comovidos pela causa, os estudantes se uniram para cobrar o descaso com a educação. Eles realizaram uma passeata, chegando pela Avenida Alberto Torres, para se concentrar no local do ato, que se estendeu até o início da tarde. Estiveram presentes alunos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), do Instituto Federal Fluminense, e os colégios Cejopa, Nilo Peçanha, Phillippe Uebe, Benta Pereira, Rotary II, Benta Pereira, Liceu, Félix Miranda, XV de Novembro e João Pessoa, Thiers Cardoso e além de Escola Técnica Estadual (ETE) João Barcelos Martins, ETE Agrícola Antônio Sarlo e Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (Isepam), que fazem parte da Faetec.

Em apoio ao movimento, Rafael Diniz enfatizou que já está cobrando por uma educação melhor em Campos, seja ela na esfera municipal ou estadual. “Como cidadão, me sinto na obrigação de cobrar da mesma forma do governo do Estado, como cobro do executivo municipal, impendentemente de questões partidárias. E mais, penso que a educação de uma forma geral é tratada da forma indevida. Trata-se de algo que pode ser a solução para o problema da violência, para que menos jovens sigam para esse caminho, mas que para tal necessita de investimento. Precisamos valorizar quem sai de casa para transformar a vida de nossas crianças e nossos jovens nossos profissionais da educação, que são verdadeiros herois. Devemos olhar também para a estrutura de nossas escolas, que está caótica”, concluiu.

De acordo com a diretora do interior do Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec (Sindpefaetec), Victoria Caródio, o movimento ocorreu em todas as cidades do estado do Rio de Janeiro que tem unidades Faetec, em greve desde dois de março, por tempo indeterminado. – Estamos não apenas enviando documentos à Alerj, como também cobrando a realização de uma audiência pública da Comissão de Educação na mesma, para que possamos reunir aqui em Campos todas as escolas e profissionais para discutir a situação caótica que estamos vivendo, é uma questão principalmente estrutural, que precisa de mais atenção.

Questões básicas, como a falta de porteiros, ventiladores, e manutenção de ar condicionado estiveram na pauta dos protestos. Na tarde de ontem, representantes dos colégios estaduais de Campos, como Liceu de Humanidades e General Dutra, se reuniram para debater e expor os problemas que enfrentam as unidades da rede. Eles puseram em questão também as salas de aula superlotadas e a falta de segurança.

A coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Norma Dias, destacou a força do movimento em união com os alunos, a esperança por uma continuidade até que providências sejam tomadas para mudar. “Pedimos que os alunos continuem nesse movimento de cidadania. Não apenas os alunos, mas toda a cidade fica vulnerável à violência quando a escola não atende às suas necessidades. Estamos passando por um caos na categoria, e isso precisa mudar, ou permaneceremos com este posicionamento”, afirmou.

A paralisação ocorre desde o mesmo dia em que um projeto apresentado pelo governador Luiz Fernando Pezão, apresentou à Alerj um projeto de lei que prevê maior desvalorização quanto aos educadores do Estado. De acordo com Graciete Santana, também coordenadora geral do Sepe, o projeto propõe propostas como o congelamento salarial por 10 anos, o aumento no desconto previdencial de 11% para 14% salarial e o fim da aposentadoria especial. Estamos cobrando questões pedagógicas e trabalhistas. Queremos ter condições de poder voltas às salas de aula o quanto antes, mas não podemos permanecer da mesma forma”, disse.

 

Reportagem: Yan Tavares

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